Protestos marcam votação da EBSERH

Com 28 votos favoráveis, 14 contra e duas abstenções, o Conselho Universitário aprovou a adesão à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). A reunião aconteceu na tarde da última quinta-feira (18), no Salão Nobre da reitoria da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Em reunião tumultuada, representantes dos técnico-administrativos no CONSUNI votaram contra a adesão, já os estudantes se recusaram a votar.

 A aprovação foi repudiada pelos trabalhadores técnico-administrativos da UFBA representados pela ASSUFBA, que decoraram a reitoria com abacaxis para satirizar a EBSERH. Segundo eles a postura da maioria dos conselheiros representa fraca vontade política de defender a Autonomia Universitária. Dentre os diversos protestos contra a empresa, a militância estudantil invadiu a Tribuna de Honra, numa tentativa de adiar a votação, visto que o prazo final para adesão era somente dia 15 de dezembro de 2012.

Adesão marcada por protestos/ Foto: Américo Barros

Para a categoria, a empresa é uma ameaça aos hospitais universitários. “É uma mentira dizer que a solução para o problema seja a Ebserh. A solução se dá por meio de financiamento, contratação por concurso público, entre outros fatores. Com a Ebserh todos sairão derrotados. A solução mais fácil levará também ao fracasso mais rápido”, opina o Coordenador Geral da ASSUFBA, Renato Jorge.

De acordo com a coordenadora de Comunicação da ASSUFBA, Cássia Maciel, o processo de votação foi extremamente prejudicado e o debate foi conduzido de maneira pouco democrática. “A adesão aconteceu, mas nossa luta contra a Ebserh não vai parar. Vamos reunir toda a categoria e acompanhar de perto a elaboração do contrato”, afirma.

Alinhada com Cássia, a coordenadora geral da ASSUFBA, Nadja Rabello, declarou que a categoria sofreu uma derrota. “A Ebserh fere totalmente a autonomia universitária. Nós fomos reféns de uma grande chantagem”.

Coordenação da ASSUFBA acompanha votação da EBSERH/ Foto: Américo Barros

O Coordenador de Formação Sindical, Antonio Bomfim, também lamentou a decisão do Consuni. “O resultado revela que se tivéssemos mais tempo, conseguiríamos mostrar aos conselheiros o risco que a Empresa representa para os Hospitais Universitários, para a Maternidade Climério de Oliveira, assim como para os universitários”, pontua.