Metade dos estados brasileiros possui trabalhadores com ocupação informal, aponta IBGE

Pesquisa divulgada nesta quarta-feira (06/11) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) aponta que, em 2018, metade dos estados brasileiros tinha a população trabalhando na informalidade. Em 2014, ano com a menor taxa de desocupação, 10 estados possuíam profissionais sem carteira assinada.

Os dados da SIS (Síntese de Indicadores Sociais) indica que no final do ano passado, 38,3 milhões de pessoas tinham como ocupação trabalhos informais, o que correspondia a 41,5% da população ocupada. Essa quantidade corresponde ao mesmo percentual de 2012 e é superior ao registrado na pesquisa de 2015 e 2016, que foi de 39% da população, o mais baixo da serie histórica.

O contingente das 38,3 milhões de pessoas engloba os empregados domésticos sem carteira de trabalho assinada, trabalhares do setor privado e empregadores por conta própria que não possuem CNPJ.

Informalidade por região

Os estados com a maior taxa de informalidade são os mais pobres. Segundo o IBGE, é uma característica histórica do trabalho brasileiro que deu início a um marcador de desigualdade. Isso gera uma grande parte da população sem acesso a benefícios de proteção social, como aposentadoria, licença maternidade e afastamento por motivos de saúde.

Nordeste, Centro-Oeste e Norte são recordes na informalidade. O maior percentual foi no Maranhão, com 66,6% de trabalhadores informais, e Pará com 66%. Sul e Sudeste são as regiões com menores taxas, com destaque para Santa Catarina (22,7%) e Rio Grande do Sul (30,4%).

Gênero

As mulheres são maioria no trabalho auxiliar familiar, formam quase que majoritariamente o trabalho doméstico sem carteira assinada. Os homens se concentram em empregados sem carteira assina e trabalhadores por conta própria. Os dois grupos ocupam as atividades econômicas que mais concentraram pessoas em 2018, que são serviços domésticos (72,2%) e a Agropecuária (66,9%).

Raça

A pesquisa observou que é significativamente maior a participação da população preta e parda na informalidade. Trabalhadores brancos informais são 34,6%, enquanto pretos e pardos marcam 47,3%.

A Síntese de Indicadores Sociais também apontou que 3,41 milhões de brasileiros têm mais de uma ocupação para sobreviver.

 

Foto: Reprodução ac24horas