A situação da saúde em Salvador é apresentada no Fantástico

No último domingo (28/02), a situação da saúde em Salvador foi apresentada no Fantástico durante reportagem sobre os investimentos na área em todo o país. A matéria foi baseada no estudo realizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em parceria com a ONG Contas Abertas, que analisou os dados da Secretaria do Tesouro Nacional, a partir dos relatórios de execução orçamentária dos governos federal, estaduais e municipais do ano de 2014.

De acordo com os dados, Salvador é a capital que menos investe em saúde per capita: R$ 0,59 por dia/habitante. Já Campo Grande, a melhor colocada no ranking, aplica R$ 3,15 por dia. O número destinado pela capital baiana é seis vezes menos do que a média nacional, cerca de R$ 3,89.

Durante a reportagem, a superlotação na Maternidade Climério de Oliveira (MCO) é apresentada, com diversas grávidas em trabalho de parto na unidade. O caos na unidade fica ainda mais evidente quando uma grávida, em trabalho de parto há horas, aparece sentada em uma cadeira.

A superlotação e a falta de condições de trabalho na MCO têm sido denunciadas exaustivamente pela Assufba. Os trabalhadores estão sobrecarregados, falta infraestrutura e a maternidade atende um número muito superior a sua capacidade.

Segundo o presidente do CFM, Carlos Vital, a carência financeira pode ainda ampliar ainda mais os problemas enfrentados pela rede de hospitais federais – como a maternidade -, conveniados, filantrópicos e santas casas, que no ano passado sofreram com sucessivos atrasos e falta de pagamentos.

“Por conta do subfinanciamento histórico e da má gestão, todo o sistema está comprometido. As autoridades precisam reconhecer a saúde pública como prioridade. Os problemas do setor começam com a definição destas prioridades e se estendem para a transposição de metas e para o orçamento e sua execução. Trata-se de um perverso ciclo, reforçado pela carência de recursos e pela descontinuidade das ações administrativas nos estados e municípios, além da leniência e da corrupção”, avalia.