Dia Internacional da Mulher promovido pela ASSUFBA será marcado por debates

Uma manhã de sexta-feira com muito debate sobre políticas para as mulheres e contra práticas discriminatórias ao gênero. Assim vai ser o Dia Internacional da Mulher no auditório da Faculdade de Economia da UFBA, na Piedade, a partir das 9h de amanhã (8).

 “A nossa ideia é originar um amplo debate, e, para isso, convidamos vários sindicatos para interagir e contamos com o apoio da CTB- Bahia”, salienta o coordenador geral da ASSUFBA Sindicato, Renato Jorge Pinto.

 “A mulher e o mundo sindical” é o tema do debate que vai ser promovido pela ASSUFBA Sindicato, Sindsaúde-Ba (Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Estado) e Sinpojud-Ba (Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado) que abordará várias questões sobre quais bandeiras levantar para defender políticas de mais inclusão social, superação de desigualdades e conquista de cidadania para o segmento feminino.

 O evento vai contar com a participação da deputada federal pelo PC do B da Bahia, Alice Portugal, que também é ex-dirigente da ASSUFBA Sindicato e servidora técnica licenciada da UFBA.  Alice Portugal é autora do PL 6653 de 2009 que cria mecanismos para garantir a igualdade entre mulheres e homens, para coibir práticas discriminatórias nas relações de trabalho urbano e rural, bem como no âmbito dos entes de direito público externo, das empresas públicas, sociedades de economia mista e suas subsidiárias, amparando-se na Constituição da República Federativa do Brasil. No evento, a deputada vai aprofundar o debate sobre políticas de afirmação ao público feminino.

“Precisamos fazer o enfrentamento dessas práticas discriminatórias contra as mulheres lembrando que não adiantam tratados internacionais como a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra a Mulher (1979) se continuamos violando constantemente esses direitos”, enfatiza Renato Jorge, lembrando que até o direito ao voto só foi permitido a elas em 1932.

“Precisamos discutir o papel da mulher na sociedade atual. Lembrar que não é mais possível aceitar que, embora tenhamos conquistado muitos espaços, principalmente na política, infelizmente, no mercado de trabalho ainda amargamos uma contradição e injustiça enormes. Nos últimos anos, as mulheres continuam ganhando menos que os homens no exercício da mesma função. No Brasil, elas são 41% da força de trabalho, mas ocupam somente 24% dos cargos de gerência, segundo balanço feito pela Gazeta Mercantil que revela um quadro preocupante,” argumenta a coordenadora de Comunicação da ASSUFBA, Cássia Virginia B. Maciel.

Dados realmente alarmantes, porque segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos e Socioeconômicos), as mulheres realmente ganham menos do que os homens exercendo a mesma função. Em 2011, os valores médios dos rendimentos delas correspondiam a 76,7% dos obtidos pelos homens no Brasil.

“Queremos contribuir para mudanças significativas que direcionem contra toda e qualquer forma de discriminação contra a mulher porque entendemos que só afirmando as diferenças poderemos promover a igualdade de gêneros. Essas políticas devem garantir o acesso aos direitos sociais, políticos, econômicos, entre outros, para todas”, afirma a coordenadora de Políticas Sociais e Anti Racismo da ASSUFBA Sindicato, Eliete Gonçalves.