Bahia economiza energia em 4%

27/02/2012- A Bahia registrou uma redução do consumo de energia de 105 megawatts em horário de ponta – das 18 às 21 horas – durante a mais recente vigência do horário de verão, iniciado em 16 de outubro do ano passado e encerrada no último final de semana.

Esta economia – a sétima maior em termos absolutos entre as 12 unidades da federação que adotaram o horário especial – representa 4,2% do consumo do estado. O percentual baiano ficou próximo da média do no Sistema Interligado Nacional (SIN), de 4,6% da demanda nos mais de quatro meses (133 dias) de vigência do HV. Os dados são do Organizador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), em balanço sobre a 42ª edição do regime especial.
Segundo nota divulgada pelo ONS, o Brasil economizou no período 2.555 megawatts de energia nos momentos de pico. Em termos econômicos, isto equivale a uma diminuição de custos de R$ 160 milhões. O balanço aponta uma expansão de 60% em relação à expectativa inicial do Operador Nacional do Sistema, que era, antes do início do HV, de R$ 75 milhões a R$ 100 milhões. Isto por que, entre 2010/2011, o verão foi mais quente, limitando a economia do horário especial a R$ 30 milhões.

Na economia do consumo, o desempenho de agora representa uma melhoria em comparação ao horário de verão 2010-2011, em que o recuo foi de apenas 4,4% após uma diminuição na demanda de 4,7% entre 2009-2010. Nos últimos dez anos, o horário de verão trouxe redução média de cerca de 4,7% ao ano na demanda por energia no horário de pico. Com isso, a exigência de geração em cima das usinas recuou cerca de dois mil megawatts a cada ano.

O diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, afirmou “o aumento da segurança (do sistema)e a diminuição dos custos de operação são as principais consequências da redução de demanda no horário de ponta com a implantação do horário de verão”. Ainda segundo Chipp, “esse aumento da segurança operacional decorre da diminuição dos carregamentos na rede de transmissão; da maior flexibilidade operativa para realização de manutenções em equipamentos e da redução de cortes de carga em situações de emergência neste horário”.

Maiores reduções – A maior parte da economia é originada do subsistema Sudeste/Centro-Oeste (1.840MW). Nestas duas regiões, todos os oito estados e Distrito Federal adotaram o regime especial. No Sul, em que seus três estados adiantaram uma hora no relógio na madrugada do dia 15 para 16 de outubro, a economia foi de 610 MW, já o subsistema Nordeste só contou com a Bahia.

“No caso do subsistema Sudeste/Centro-Oeste, a redução equivale a aproximadamente 55% da carga no horário de ponta da cidade do Rio de Janeiro (6,4 milhões de habitantes), ou a duas vezes a carga no horário de ponta de Brasília (2,6 milhões de habitantes)”, explicou o ONS, na nota. “No Sul, representa 75% da carga no horário de ponta de Curitiba (1,8 milhão de habitantes).

No Nordeste equivale a 65% da carga no horário de ponta da cidade de Feira de Santana (700 mil habitantes). O estado com maior redução total foi (985MW), enquanto o Rio Grande do Sul obteve a maior economia proporcional (4,9%)”.

Estado volta a adotar após oito anos

Conforme o ONS, o horário de verão foi instituído pelo Decreto-Lei nº 4.295, de 13 de maio de 1942 e regulamentado pelo Decreto da Presidência da República nº 6.558, de 08 de setembro de 2008, quanto à sua abrangência e vigência.

Nesta temporada 2011-12, a Bahia voltou a adotar o horário de verão após oito anos de fora. Em 2003, o governo do Estado solicitou a exclusão da Bahia alegando reivindicação da sociedade. Movimentação semelhante, curiosamente, levou o estado a aderir ao regime especial. Ano passado, o Fórum Empresarial – que reúne as entidades de classe do segmento produtivo – pleiteou a readesão ao modelo. Alegava-se, em 2003, que a economia era reduzida.

Segundo a Coelba, entre 2002 e 2003 –último horário de verão com participação da Bahia antes da saída do estado – houve uma redução de 0,8% no consumo de energia elétrica dos ( à época) 415 municípios atendidos pela concessionária.

A decisão de reintegrar a Bahia ao HV foi anunciada pelo governador Jaques Wagner em 3 de outubro. Ele argumentou que “A decisão é muito mais para ficar alinhado ao horário de Brasília do que de economia de energia”. Wagner se baseou também em um estudo que encomendou segundo o qual nasce, no período de vigência do horário de verão, em média, entre 25 e 35 minutos mais cedo, chegando a nascer exatamente uma h

Fonte: Tribuna da Bahia