Bolsonaro precisa de 308 votos para aprovar Previdência. Só tem 95

O governo Jair Bolsonaro tem alegado que a reforma da Previdência, já encaminhada à Câmara dos Deputados, está certa para acontecer. Mas, de acordo com levantamento feito pela imprensa e por empresa de consultoria política, a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) tem, hoje, o apoio incondicional de apenas 95 deputados.

O levantamento aponta para 54 parlamentares que declaram acordo condicional, ou seja, não concordam com todos os pontos do texto e exigem modificações para votarem a favor. São 144 deputados absolutamente contra a reforma da Previdência. A maioria é composta por indecisos, um total de 220 nomes. Ao que tudo indica, é este contingente que vai ser decisivo.

O governo precisa assegurar maioria qualificada no Congresso Nacional, o que representa pelo menos 308 votos. Isso significa que os governistas terão que conquistar 213 votos, depois do texto for aprovado pela comissões e submetido à votação do plenário.

Na barganha entre Executivo e Legislativo, Bolsonaro já liberou R$ 1 bilhão em emendas parlamentares para agradar deputados, que estavam insatisfeitos com a demora do governo federal liberar verbas para estados e municípios.

O governo está demonstrando que não medirá esforços para aprovar a reforma da Previdência, junto ao Congresso Nacional. A reforma endurece as regras do INSS, diminui direitos e benefícios conquistados pela classe trabalhadora, ataca a aposentadoria pública, além de dar espaço à privatização através do regime de capitalização. Os maiores interessados são os bancos e o grande capital internacional.

Nesta sexta-feira (22/03), acontece o Dia Nacional de Lutas e Paralisações contra a reforma da Previdência de Bolsonaro. O movimento sindical e o conjunto dos movimentos sociais estão juntos no combate árduo a este ataque aos trabalhadores. As centrais estão afinadas para a necessidade de deflagrar uma greve geral para impedir este novo golpe contra a classe trabalhadora do Brasil.