Cerca de 87% de mulheres negras grávidas morreram no Brasil

O racismo no Brasil está para além das manifestações orais e físicas de cunho preconceituoso. É possível notar o problema em toda a estrutura do país, seja cultural, social ou econômica. Essa situação é refletida em diversos aspectos, inclusive, no número de mortalidade materna. De acordo levantamento da ONG Criola, a morte materna entre mulheres negras supera em 78% a de mulheres brancas. A Região Norte é a mais desproporcional: morreram cerca de 87% de mulheres negras grávidas. Na sequência aparece o Nordeste, com 71% óbitos. Assustador.

A saúde da mulher negra é uma das mais afetadas pelo sistema, principalmente pelas vias públicas, como o Sistema Único de Saúde (SUS), que enfrenta crises e embates decorrentes da falta de recursos e investimentos, para que possa atender de forma abrangente toda a população brasileira. Contudo, na pandemia, os índices de mortalidade se alastraram. Grávidas e puérperas negras mortas pela covid-19, desde o início da crise sanitária, somam 78% de óbitos em todo o país, em comparação com mulheres brancas.  

O governo federal deve investir em uma política antirracista em todos os âmbitos, principalmente no setor da saúde e toda sua estrutura. Mortes precisam ser evitadas.