Cesta básica sobe em todo o país, e consome até 63% do salário mínimo

No primeiro mês de 2022, os preços médios da cesta básica aumentaram em 16 das 17 capitais pesquisadas pelo Dieese. Em nove cidades, a alta acumulada em 12 meses supera os 10% (em um caso, os 20%) e chega a comprometer mais de 60% do salário mínimo líquido. Açúcar, batata, café, óleo de soja e tomate foram alguns dos produtos que subiram de preço em janeiro.

Segundo o Dieese, em janeiro só não houve aumento em Porto Alegre (-1,45%). As maiores altas foram registradas em Brasília (6,36%), Aracaju (6,23%), João Pessoa (5,45%), Fortaleza (4,89%) e Goiânia (4,63%). A cesta mais cara foi a de São Paulo, com elevação de 3,38%: R$ 713,86. Com base nesse valor, o instituto calculou em R$ 5.997,14 o salário mínimo necessário para as despesas básicas mensais de uma família de quatro pessoas. Isso corresponde a 4,95 vezes o mínimo oficial, reajustado para R$ 1.212 neste ano. Essa proporção era de 5,27 vezes em dezembro e de 5 vezes em janeiro do ano passado.

Mais da metade da renda

O tempo médio para adquirir os produtos da cesta foi de 112 horas e 20 minutos. Menos do que em dezembro (119 horas e 53 minutos) e mais do que há um ano (111 horas e 46 minutos). Apesar do reajuste do piso nacional, o trabalhador remunerado pelo salário mínimo gastou o equivalente a mais da metade (55,2%) de sua renda líquida para comprar os alimentos básicos, ante 58,91% em dezembro e 54,93% em janeiro de 2021. Esse comprometimento da renda chega a 63,67% no município de São Paulo.

Por Vitor Nuzzi, da RBA