Conferência livre aponta a unidade do movimento educacional no país e resistência ao desmonte público

A coordenação de Educação realizou a Conferência Livre para discutir o tema: “Em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade, socialmente referenciada”. O evento aconteceu no Auditório 3 da Faculdade de Ciências da Saúde na Universidade de Brasília (UnB), na última sexta-feira (02/03), em preparação à Conferência Nacional Popular de Educação (CONAPE), que acontece de 24 a 26 de maio, na cidade de Belo Horizonte – MG e contou com a participação de especialistas em educação. Os coordenadores Rafael Pereira e Antônio Alves mediaram o debate.

Natália Duarte, coordenadora da CONAPE e doutora em Política Social pela UnB apresentou a construção da conferência nacional e um balanço das conferências municipais e estaduais. Segundo a coordenadora, as entidades do movimento educacional consideram que o momento é de resistência diante da conjuntura atual e defesa da participação popular na construção das políticas públicas.

A mobilização em defesa do Plano Nacional de Educação e o monitoramento das metas e análise crítica das medidas que tem inviabilizado a efetivação do plano, como a aprovação da Emenda Constitucional 95/2016, que congela gastos sociais por 20 anos, afeta diretamente a educação.

 

A resistência contra a extinção dos Ministérios Sociais, a inexistência de mulheres e negros no 1° escalão do governo, a revogação da reforma Trabalhista, a regularização do trabalho escravo, contra a venda do pré-sal, privatização, REFIS – perdão de dívidas dos grandes empresários, reforma do ensino médio, sucateamento das universidades e intervenção militar são eixos da CONAPE.

Natália analisou o cenário político desde os governos de esquerda, apontando as diferenças da esquerda brasileira diante da conjuntura atual, chamando para a unidade das entidades. A coordenadora convidou os delegados da Federação a participar da CONAPE e de todos os espaços democráticos de debate, unificando a luta. “Nossa unidade está posta e é nossa saída”.

Luiz Araújo, doutor em Financiamento Educacional pela USP, explicou a história do movimento educacional em dois atos, antes do impeachment e depois do golpe. “O golpe foi gravíssimo, aprofundou tendências que já tinham, precisamos reaglutinar as forças que são contra o golpe na área da educação”.

Fez um histórico da pressão do movimento educacional para que o Plano Nacional de Educação apontasse a opção pela Escola Pública e aprovação do PNE, “cheio de contradições”, segundo Araújo.

Para o professor, o momento é de unidade da entidades do movimento educacional, por batalhas que unificam, como a revogação da Emenda Constitucional nº95/16 que congela os investimentos por 20 anos. Também a defesa de verbas públicas somente para escola pública, sem as contradições que “ser governo” provocaram nessa bandeira. “Espero que a gente saia mais unido, com uma pauta comum”, disse.

A mesa abriu o debate para os delegados, com ampla participação. A FASUBRA reforçou o chamado às entidades de base para participar das conferências estaduais e municipais e a conferência nacional e a resistência ao projeto de governo executado após o impeachment com o objetivo de retirar direitos sociais e democráticos.

Fonte: FASUBRA