Dirigente da CTB fala sobre a necessidade de mais mulheres no poder

A presidenta da CTB-AM, Isis Tavares Neves, é a entrevistada da Secretaria de Políticas para as Mulheres como debate preparatório para a 4ª Conferência Nacional de Política para as Mulheres, que acontece em março.

Além de dirigente da CTB, Isis é secretária das Relações de Gênero da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação e integrante do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher.

Ela defendeu a necessidade de os partidos respeitarem as cotas para as mulheres, como maneira de se começar a mudar as relações de gênero nas instâncias de decisão do país e da vida.

“Nos partidos, as mulheres costumam ser grandes companheiras de luta, mas não são consideradas companheiras de poder. Em geral, os partidos fazem o chamamento para que as mulheres integrem as legendas, mas dificilmente elas são colocadas como presidentes partidárias. Quando saem candidatas, na maioria das vezes não são empoderadas com verbas e apoio suficiente para serem eleitas”, disse.

Para Isis, “ao sermos chamadas, esperamos que os partidos políticos respeitem a lei eleitoral, respeitem o tempo de televisão. Dentro dos partidos, as mulheres são colocadas para falar, fazem um almoço, distribuem rosas, vestem uma roupa bonita para acompanhar a chegada do líder do partido, mas a verdade, é que na maioria das vezes, só estão ali para cumprir cotas”.

Conferência

A 4ª Conferência Nacional de Política para as Mulheres ocorre entre os dias 15 e 18 de março, na capital federal. A CTB participa ativamente da construção e dos debates da conferência e luta para que o debate das questões de gênero melhore a vida de todas e todos no país.

Isis reconhece a diversidade e defende um amplo debate para os direitos de as mulheres avançarem para uma vida sem violência.

“Nossas delegadas têm uma pluralidade muito grande. Vamos buscar referendar nossas conquistas e avanços do movimento de mulheres junto ao governo. Temos um acúmulo muito grande de debates e demandas. A diversidade de temas e pleitos é sempre a tônica que procuramos dar em todo o processo de conferencia”, afirmou.

Segundo ela, “o machismo está arraigado na sociedade, é algo histórico e ideológico. Tem homens que já mudaram o comportamento, mas é algo que precisamos estar o tempo todo lembrando. Precisamos de uma revolução cultural. Por isso é importante discutir gênero nas escolas”.

Fonte: Portal CTB