ELSA-Brasil convoca servidores da UFBA para pesquisa sobre impacto da Covid-19

Comparar aspectos da saúde dos servidores antes, durante e após a pandemia de Covid-19. Esse é o principal objetivo da nova pesquisa desenvolvida pelo Estudo Longitudinal da Saúde do Adulto (ELSA-Brasil). Na Universidade Federal da Bahia (UFBA), cerca de 500 servidores já responderam ao questionário de investigação. A meta é alcançar mais de 1.700 participantes que integram o estudo desde 2008.

“O ELSA-COVID avaliará o impacto total da pandemia na saúde dos participantes do estudo. Através dessa pesquisa, nós vamos verificar a carga da Covid-19 e das medidas utilizadas para seu controle, para que formuladores de políticas possam fazer um debate informado sobre prós e contras de políticas públicas para controle da pandemia”, explica Sheila Alvim, professora do Instituto de Saúde Coletiva (ISC/UFBA) e coordenadora local do ELSA-Brasil.

Nesta primeira fase do estudo, os servidores respondem remotamente a um questionário sobre o comportamento adotado desde o início da pandemia, como hábitos alimentares, práticas de atividades físicas, além de apontar os níveis de exposição à Covid-19. “Este momento da pesquisa é muito importante porque estamos vivendo uma pandemia com implicações graves para a saúde da população”, destaca a coordenadora.

O ELSA-COVID pretende avaliar ainda o impacto das medidas de distanciamento social adotadas e como a pandemia pode afetar a ocorrência e o prognóstico das doenças crônicas não transmissíveis, a exemplo das doenças cardiovasculares, diabetes e transtornos mentais.

A equipe responsável pela coleta e tratamento das informações é composta por professores e pesquisadores de diversas áreas como enfermagem, fisioterapia, medicina, educação física, nutrição e estatística, além de alunos de pós-graduação, de iniciação científica e bolsistas de pesquisa.

O estudo ELSA-Brasil é coordenado na Bahia pelo Instituto de Saúde Coletiva da UFBA e desenvolvido, simultaneamente, na UFMG, UFES, UFRGS, USP e Fiocruz-RJ.  Os servidores das instituições estão sendo contactados neste momento para fornecer informações sobre a própria saúde durante a pandemia. O objetivo é comparar os dados apurados nesta e nas demais etapas realizadas em anos anteriores através dos seis centros de investigação.

Para a professora Sheila Alvim, com uma coorte de mais de 14 mil participantes ativos, o ELSA-Brasil é o cenário ideal para esse tipo de avaliação. “A depressão, doenças cardiovasculares, diabetes e outras doenças crônicas e seus fatores de risco e manejo foram bem caracterizados desde 2008 através de visitas aos centros de investigação e acompanhamento anual para avaliação de desfechos clínicos”, aponta.

Desde que o estudo foi iniciado, duas ondas de entrevistas e exames (2012-2014, 2017-2019) já foram realizadas. A quarta onda com participação presencial dos participantes da pesquisa nos centros de investigação está sendo planejada para ocorrer em 2021, assim que as medidas de distanciamento forem definitivamente revogadas.

No total, cerca de 310 artigos científicos já foram publicados com base nas investigações do ELSA-Brasil e o conhecimento produzido tem orientado políticas públicas de prevenção e enfrentamento das doenças crônicas investigadas. “A ideia é que a pesquisa possa contribuir para aprimorar o manejo das doenças crônicas e seus fatores de risco e, principalmente, a preservação da saúde nesta e em futuras epidemias”, conclui a coordenadora.

A pesquisa atual é direcionada aos servidores já acompanhados pelo estudo, que estão sendo contactados diretamente pela equipe do ELSA-Brasil. Qualquer dúvida também pode ser esclarecida através do e-mail elsachama@ufba.br ou pelos telefones (71) 3283-7493/3283-7494.

Fonte: Edgar Digital