Em plena pandemia, cortes na educação ameaçam funcionamento das universidades federais

De acordo com a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino, as universidades têm apenas três meses de atividades, caso não haja uma reposição do orçamento de recursos em 2021. A Andifes avalia que é necessário ao menos uma suplementação orçamentária igual a de 2020 para a sobrevivência das instituições.

Neste ano, o orçamento discricionário teve uma redução de pelo menos R$ 1 bilhão. A quantia corresponde a verba destinada a despesas como água, luz e limpeza, manutenção da infraestrutura e uma das mais delicadas, o pagamento de bolsas a estudantes vulneráveis. As 69 universidades sofreram um baque de 18,16% a menos do que em 2020.

“Muitos contratos não serão honrados e a gente corre risco de interrupção de serviços essenciais. Com esse orçamento de 2021, admitindo que ele seja liberado integralmente, a nossa projeção é que as universidades consigam sobreviver, no máximo, até setembro. É uma situação mais ou menos generalizada entre todas as instituições”, afirmou Edward Madureira Brasil, reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG) e presidente da Andifes, ao jornal Brasil de Fato. 

A educação é a pasta que mais sofre com os bloqueios do governo. Dos R$ 4,3 bi, destinados,  R$ 789 milhões, ainda estão bloqueados aguardando liberação por parte do Ministério da Economia. O ministro Paulo Guedes prometeu que iria descontingenciar R$ 1 bilhão para o Ministério da Educação (MEC), mas a medida ainda não foi efetivada.

A situação se agrava em todos os âmbitos, seja no funcionamento das universidades, na permanência dos estudantes, com os cortes em bolsas estudantis e até nas pesquisas científicas. Em plena pandemia, no “olho do furacão”, momento em que estudantes passam fome e precisam das bolsas para desenvolver pesquisas contra o vírus e até da própria vacina, o governo mostra sua face mais perversa.

 

Com informações do Brasil de Fato