Episódio de denúncias de servidores da Caixa Econômica Federal escancara a face perversa do assédio moral na Administração Pública

O recente escândalo envolvendo o ex-presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, acusado por um grupo de empregadas de assédio moral e sexual, escancara o drama de muitos trabalhadores no ambiente de trabalho, inclusive no serviço público. De acordo com as denúncias, ele ofendia as subordinadas quando era contrariado, usando frases de baixo calão e ofensas. 

 

Na Administração Pública não existe uma legislação federal específica que tipifique o assédio moral para os servidores e empregados. No âmbito das universidades públicas federais o cenário não é diferente. O assédio moral tem sido mais recorrente dentro das instituições e isso é escancarado através das notícias que rodeiam a população diariamente. 

 

No Brasil, em 2021, a Justiça do Trabalho registrou mais de 52 mil casos de assédio moral. Pesquisa do portal Vagas.com revela que 52% dos entrevistados relataram ter sofrido algum tipo de assédio. Deste total, 87,5% não fizeram denúncias. Embora não se tenha dado oficial sobre o assédio moral nas universidades, o Sindicato sabe que a prática é muito presente. 

 

Para se ter ideia, no ano passado, em uma reunião com o então superintendente do COM-Hupes e a ASSUFBA Sindicato, diversos servidores relataram episódios de assédio moral, como perseguições e abuso de autoridade. A situação foi tão grave que, depois de denunciar na atividade a prática, uma funcionária da Ebserh foi demitida sem direito de defesa.

 

Há alguns anos, a ASSUFBA já vem discutido e denunciando os casos de assédio moral  dentro da UFBA, UFRB, UFOB, UNILAB E UFSB. Em outubro passado, o Sindicato lançou uma Cartilha de Prevenção ao Assédio Moral.

 

De lá para cá, muitas reuniões, debates e encontros com os trabalhadores foram realizadas pela Coordenação da ASSUFBA Sindicato para discutir o tema, essa  reflexão permite que o Sindicato deixe alguns questionamentos: como são tratados os casos de assédio moral no ambiente de trabalho de nossas instituições ? Quais são as políticas permanentes de combate ao assédio moral em nossas universidades? Como são tratados os casos de abuso de poder e perseguição dos servidores no exercício de suas funções? Sabemos que as práticas assediosas têm levado diversos servidores ao adoecimento, diante disso, qual o suporte dado pela a instituição ao servidor vítima do assédio moral?

 

O assédio moral inferioriza, humilha, sufoca e adoece os trabalhadores. Por isso, a ASSUFBA segue batalhando, exigindo e construindo ações, meios de informar e denunciar, para que o ambiente de trabalho dos servidores seja seguro e com condições adequadas para garantir a saúde física e mental da categoria. 

 

Confira a cartilha produzida pela atual gestão do Sindicato:  http://www.assufba.org.br/novo/wp-content/uploads/2021/10/Cartilha-Ass%C3%A9dio.pdf