Estatísticas apontam que 51% das mulheres já sofreram ou sofrem violência moral, física ou emocional no contexto político

A violência contra a mulher está inserida em diversos setores da sociedade, principalmente no Brasil. Na política, esse fator se faz extremamente presente. Segundo levantamento do  Políticas de Saia, do Instituto Justiça de Saias, divulgada nesta quinta-feira (25/11), no Dia Internacional da Eliminação da Violência contra a Mulher, mais da metade da população feminina brasileira (51%) já sofreram algum tipo de violência como eleitoras, candidatas ou no exercício de um mandato, segundo a pesquisa. 

A violência na política atravessa a moral, o físico e o emocional. Das entrevistadas pelo instituto, 50,3% relataram xingamentos; 35,9%, exclusão, expulsão ou restrição a espaço político; 21,6%, ameaças; 18%, ataques sexuais; 16,8%, alvo de notícias falsas; 6%, agressão física; e 7,4%, invasão nas redes sociais. Como consequência dessas violências, as mulheres relataram danos materiais, prejuízos financeiros e morais, perda de emprego, cortes no salários, bens destruídos e questões de saúde mental, como ansiedade e depressão.

Algumas, devido à perseguição nas redes sociais, também relataram que tiveram que excluir suas contas no ambiente virtual. Por não confiarem no Poder Judiciário, não saber onde e como denunciar ou por medo, no entanto, apenas 9,4% denunciaram os agressores.

Os dados também apontam o perfil e região nas quais as mulheres políticas são mais afetadas. A maior parte delas é do estado de São Paulo (572 respostas, 48,3%), seguido por Minas Gerais (111, 9,4%), Rio de Janeiro (102, 8,6% ), Paraná (63, 5,3%) e Rio Grande do Sul (55, 46%). A maioria tem ensino superior completo (73,7%), filhos (60,5%) e, em  média, 42,3 anos.