ESTUDANTES CARIOCAS SE LEVANTAM NOVAMENTE CONTRA MANTENEDORA

Foto: Une

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Já faz um ano que os estudantes da Gama Filho e da UniverCidade, ao lado da União Estadual dos Estudantes do Rio de Janeiro (UEE-RJ), protestam contra o sucateamento das instituições e pedem melhorias de infraestrutura, professores bem pagos e qualificados.

No início de 2012, houve um reajuste abusivo de 25% nas mensalidades e demissão de mais de 300 professores nas duas universidades. Em maio do mesmo ano, os estudantes fizeram outro grande protesto exigindo transparência e respeito aos professores e alunos. Foi a primeira ocupação de reitoria de uma instituição privada.

Esse ano não foi diferente e os estudantes continuam tendo problemas com as universidades. Durante as férias escolares, foram fechados quatro campus sem nenhuma explicação. As aulas também foram adiadas para o dia 04 de março sem aviso prévio. Os problemas de infraestrutura são visíveis e os alunos continuam pagando suas matrículas sem entender o porquê de seus educadores não receberem benefícios há dois anos.

O curso de medicina da Universidade Gama Filho foi um dos mais afetados pelo processo de sucateamento. Os alunos estão sem aulas práticas há quase dois anos e a grade curricular também foi alterada sem passar pelo colegiado do curso. O novo currículo prevê somente aulas teóricas e sequer foi elaborado por um médico ou entendedor do assunto.

Ao que tudo indica, a crise da educação privada no Rio de Janeiro teve início quando o grupo Galileo comprou duas das principais instituições de ensino do Estado, a UniverCidade e a Gama Filho, no segundo semestre de 2011.

Após a compra das duas instituições por um único grupo, deu-se início a um processo de tentativa de fusão sem diálogo com o movimento docente e dos estudantes e provocando o sucateamento de ambas as universidades como instrumento para forçar um processo antidemocrático e truculento.

Para o presidente do Centro Acadêmico de medicina da Gama Filho, Rafael Iyamoto, existe uma necessidade óbvia de intervenção por parte do Ministério da Educação. “Por algum motivo que a gente desconhece, o Ministério não compareceu na universidade para verificar como está o andamento do curso. Precisamos que o MEC  interfira urgentemente”, avaliou o estudante.


Na próxima quinta-feira (21/02), às 9h30, os estudantes farão uma passeata contra a mantenedora com aquecimento em frente às escadarias da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, localizada no centro da cidade.

“Além de mobilizar os estudantes, a UEE-RJ, juntamente com os DAs, DCEs e CAs, preparou um dossiê com fotos, documento e depoimentos, comprovando irregularidades apontadas para entregar ao relator da CPI. Nessa sessão, os diretores da mantenedora foram convocados a depor. Estamos esperando este encontro já faz muito tempo”, informou o presidente da UEE-Rj, Igor Mayworm.

Vale lembrar que como resultado de todas as manifestações observadas ao longo do ano, foi instaurada no Rio de Janeiro uma CPI das universidades privadas, que está com trabalhos congelados desde o dia 20 de dezembro e volta nesta quinta-feira.

“A educação é considerada, pela constituição brasileira, como um direito fundamental. Exatamente por isso, não pode ser tratada como um produto ou serviço qualquer, sendo pautada por leis específicas que impedem os reajustes e valores abusivos por parte das universidades. Essa CPI tem papel fundamental nesse sentido”, avaliou Mayworm.

 

Fonte: une.org.br