Governo federal planeja corte de R$ 4,2 bilhões destinados para educação; reitores afirmam que atividades podem ser inviabilizadas

Na tentativa de desestabilizar o serviço público gratuito e de qualidade, o governo de Jair Bolsonaro segue com as reduções nos investimentos públicos, enquanto prioriza as privatizações. A vítima da vez é o MEC (Ministério da Educação), que sofrerá corte de R$ 4,2 bilhões do orçamento para 2021.

Deste valor, R$ 1 bilhão seria destinado às universidades e outros R$ 434,3 mil aos institutos federais. Não há detalhes ainda, no entanto, sobre outras áreas, como a educação básica e programas atingidos pelos R$ 2,75 bilhões restantes.

O MEC informou que, após aviso do Ministério da Economia, é possível que haja uma redução das despesas não obrigatórias, de 18,2% em relação à lei orçamentária de 2020.

No entanto, a decisão do governo federal vai na contramão das demandas estaduais e municipais, que buscam formas de retornar as aulas após a pandemia.

O presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Edward Madureira Brasil, lembra que já são três anos com o orçamento congelado e o corte “ocorre em um ano que deveria ter aumento de recursos”.

“As aulas vão voltar com álcool em gel, sabão, papel, equipamentos de proteção. Será preciso mexer na estrutura da universidade para garantir o distanciamento. Haverá gastos no pós-pandemia”, acrescentou Madureira.

O presidente do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), Jadir Jose Pela, também deu seu depoimento sobre o corte. Ele afirmou que as “gorduras que tínhamos para eliminar” já foram reduzidas nos últimos anos.

“Não tem a menor chance de conseguirmos tocar as instituições. É uma situação grave, gravíssima”, afirmou Pela.