Governo ignorou todos os alertas sobre o impacto da greve dos caminhoneiros
O serviço de inteligência do governo subestimou o impacto da greve de caminhoneiros iniciada há uma semana e não previu o risco de desabastecimento. Temer e assessores ignoraram alertas da categoria, demoraram a abrir negociação e, por fim, selaram um acordo cientes de que poderia não ser cumprido.
“Temer, por exemplo, não mexeu na agenda de compromissos nos dois primeiros dias de protestos –esteve inclusive em um evento político do MDB para manifestar apoio à pré-candidatura de Henrique Meirelles à Presidência. Apenas no quarto dia, quinta-feira (24), o governo passou a adotar o discurso da prática de locaute, a ação de empresários por trás do movimento.
Na principal reunião sobre o tema, naquele mesmo dia, no Palácio do Planalto, líderes de entidades do setor preveniram o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil): não tinham poder de comando sobre todos os manifestantes. Padilha respondeu que, mesmo assim, era preciso algum anúncio porque o país, nas palavras do ministro, não poderia parar. Assim foi feito. O acordo não foi cumprido pelos manifestantes”.
Fonte: Folha de São Paulo