Hospital Universitário anuncia novidades na área de transplante de medula óssea

Neste ano, o Serviço de Transplante de Medula Óssea (TMO) do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), integrante do Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Ceará (UFC), inicia a ampliação de leitos, recebe a instalação de ar filtrado e realizará em breve transplante alogênico de medula óssea, que ocorre quando o paciente recebe medula de um doador. Atualmente o HUWC faz transplante autólogo, em que o paciente recebe as células sadias da própria medula.

Conforme o Chefe do Serviço de Hematologia e Transplante de Medula Óssea do HUWC e do Banco de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce-Sesa), Fernando Barroso, a previsão para a realização de transplante alogênico é até o final deste ano. Quando o HUWC for habilitado, o Ceará será o quarto estado do Nordeste a realizar transplante alogênico. Os outros são Pernambuco, Bahia e Rio Grande do Norte. O Serviço de TMO dos HUs alcançará a população do Ceará, assim como estados do Norte-Nordeste. A iniciativa desafogará outras unidades e, no caso dos cearenses, diminuirá os custos de locomoção dos pacientes e seus familiares para outro estado.

Segundo o médico, a equipe iniciou em 2012 um curso multidisciplinar de transplante, em que todo o processo vem sendo discutido. “Terminamos recentemente o módulo de radioterapia com o médico Fernando Bastos e iniciaremos os de infecção com a supervisão do médico Jorge Luis”, detalha.

O transplante autólogo permite o transplante em pacientes com linfoma de Hodgkin, não Hodgkin e mielomas múltiplos. O recebimento de medula de outra pessoa, o chamado procedimento alogênico, pode ser realizado, por exemplo, em casos de leucemia. Fernando Barroso informa que o Registro Nacional de Doadores da Medula Óssea (Redome) registra hoje no Ceará mais de 100 mil possíveis doadores. “Hoje nós somos o quinto estado do País em registro de doadores de medula óssea”, afirma. Além disso, há também o banco de sangue de cordão umbilical e placentário que é outra possível fonte de doação.

investimento de R$ 1,5 milhão do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf) é outro progresso alcançado pelo HUWC. Esse recurso proporcionará transformações na estrutura física e funcional do serviço de TMO, como a ampliação dos leitos – de dois para oito – e, consequentemente, o aumento dos procedimentos realizados. Serão destinados quatro leitos para os pacientes do transplante autólogo, três para os do transplante halogênico e um para casos de urgência e emergência.

DESTAQUES – Com o suporte da política pública federal de incentivo aos transplantes, a equipe do TMO-HUWC alcançou excelentes resultados como: mais de 80 transplantes autólogos realizados desde a criação do serviço, apresentando uma porcentagem de sobrevida de 95% e baixíssimas taxas de infecção, contribuindo para ampliação dos serviços prestados pelo HUWC.

Diante da carência de unidades de TMO no país, o HUWC mais uma vez desponta na frente nos transplantes. Dessa forma, a criação da nova unidade e a ampliação dos novos leitos trará impactos positivos para o serviço e para toda a comunidade. “Hoje, com dois leitos, somos o oitavo serviço do Brasil, num universo de 60 centros transplantadores”, destaca o médico Fernando Barroso. Ele ressalta o apoio que o Hemoce tem dado à iniciativa, assim como o corpo diretor do HUWC.

INSTALAÇÃO DE AR FILTRADO – Recentemente, o serviço recebeu novas instalações, como o ar filtrado na unidade de leucemia. De acordo com Fernando Barroso, o ar filtrado tem como objetivo prevenir e reduzir as infecções de pacientes transplantados ou com leucemia aguda, já que possuem baixa imunidade. O equipamento passou a funcionar no último dia 20 de maio, possibilitando mais qualidade no atendimento aos referidos pacientes.

Segundo o médico, os dados da literatura médica apontam que há 25% de chances de infecção fúngica em pacientes leucêmicos e 8% de chances em pacientes após transplantes alogênicos de medula óssea. “Poucos hospitais no Brasil dispõem deste recurso. Para a equipe qualificada do TMO-HUWC, que conta com o importante suporte hemoterápico do Hemoce, esse equipamento veio agregar valores positivos à assistência prestada”, ressalta.

Fonte: http://www.andifes.org.br