Jornada do servidor em risco: ministro da economia pretende fatiar reforma administrativa

A reforma administrativa, tão desejada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, pode ser executada por meio de uma divisão de diferentes instrumentos legais; revisão de decretos; e a formulação de uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição).

O objetivo de Guedes é alterar toda a jornada do trabalhador dentro do serviço público federal. As primeiras mudanças seriam feitas a partir do processo de seleção. Os candidatos passariam por regras mais rígidas de avaliação de desempenho, com etapas que podem incluir entrevistas e dinâmicas de grupo para a solução de problemas.

Segundo o jornal Folha de São Paulo, as mudanças serão inicialmente testadas nos processos seletivos para cargos mais altos, mas a meta é que todo o serviço público adote os procedimentos.

O processo deve ser testado durante a seleção do novo diretor do Departamento de Governança de Dados e Informações, cargo comissionado que prevê remuneração de R$ 13,6 mil na Secretaria de Governo Digital do Ministério da Economia.

Serão testados em duas etapas: a primeira corresponde a questionários sobre experiência em gestão de equipes e conhecimentos específicos. Na segunda, terão de gravar vídeo de 1 minuto e 30 segundos, fazer um estudo de caso e ainda participar de uma dinâmica de grupo.

Outra mudança está no vínculo empregatício. Ao serem selecionados, os servidores poderão ter um vínculo que não seja o estatutário (que prevê a estabilidade no cargo), e sim uma modalidade empregatícia nova e intermediária entre o estatutário e o celetista.

O ministério discute ainda medidas como a redução dos salários de entrada e a extinção da progressão automática por tempo de serviço. Porém, todas as medidas seriam empregadas apenas para a contratação de novos servidores.