Levantamento do Dieese aponta mais de 80% de greves em defesa dos direitos dos trabalhadores em 2019

Levantamento realizado pelo Dieese revelou que, durante o primeiro ano do governo Jair Bolsonaro, mais de 80% das greves por todo país foram por manutenção de condições ou contra o descumprimento de direitos. Tanto o setor público quanto o privado buscaram defender conquistas históricas.

As categorias fizeram 1.118 paralisações. Do total, 921 (82,1%) foram classificadas como defensivas, segundo o Dieese. Mesmo com percentual geral inferior a anos anteriores, os números de manifestações defensivas têm sido superiores em comparação aos outros anos. De acordo com o instituto, 511 atos foram por manutenção, enquanto outros 590 por descumprimento. Entre os setores, a esfera pública registrou mais da metade das movimentações (50,6% ou 566). Já na iniciativa privada, pouco menos (49% ou 548). Em apenas quatro manifestações analisadas pelo Dieese, ambas as categorias estiveram presentes (0,4%).

Os dados ainda mostram uma redução em comparação a 2018, quando foram registradas 1.453 paralisações, porém, o setor privado vem apresentando aumento em suas manifestações (45,1% em 2018).

As reivindicações presentes nos atos de greve mais constantes são: regularização de pagamento de salários, férias, vales ou 13° atrasados (37,9%); reajuste ou aumento do piso (37%); alimentação, assistência médica e transporte (20,4%). Outras solicitações como melhoria de condição de trabalho, planos de cargos, assuntos ligados à contratação e readmissão aparecem em seguida.

 

Foto: Miguel Schincariol/AFP