Lista suja do trabalho escravo tem acréscimo de mais 50 organizações, totalizando 209 empresas

Ministério do Trabalho divulga a atualização da chamada “lista suja” do trabalho escravo. O documento denuncia 209 empresas com práticas criminosas de condições de trabalho, dentre elas uma fabricante da Coca-Cola  e Via Veneto, dona da marca de roupas Brooksfield e a maior marca nacional a estar na lista. A “lista suja” deste ano teve o acréscimo de 50 novos integrantes.

As roupas da marca feminina da Via Veneto, Brooksfield Donna, eram costuradas por bolivianos em jornadas de mais de 12 horas em uma oficina pequena, escura e sem higiene na zona leste de São Paulo.

As consequências físicas nos trabalhadores que indicavam a condição análoga à escravidão eram várias registradas no relatório do MT.

Fadiga, estresse, exaustão, dores nas costas, coluna, olhos e juntas, dificuldade para dormir e despertar, além de sono intranquilo foram apenas alguns dos sintomas resultantes das jornadas exaustivas.

Cinco imigrantes que trabalhavam para a Via Veneto foram resgatados, dentre eles uma menina de 15 anos.

A Spal Indústria Brasileira de Bebidas, fabricante da Coca-Cola que integra o grupo mexicano Femsa, também integra a lista. Os caminhoneiros e ajudantes da empresa realizavam, em média, 80 horas extras por mês. As situações mais abusivas denunciavam até 140 horas extras mensais. As jornadas diárias variavam de 12 a 14 horas.

A “lista suja” foi criada em novembro de 2003 e funciona como uma base de dados que expõe casos em que houve resgate de pessoas em condições consideradas análogas à escravidão. O cadastro é utilizado para análise de risco por bancos públicos e privados.

Veja a lista aqui.