Marcha do Silêncio, no dia 1º de abril, repudia homenagens à ditadura militar

No dia 1º de abril, acontece a Marcha do Silêncio em homenagem às vítimas da ditadura militar no Brasil (1964-1985). A caminhada sai da praça da Piedade, às 14h, e segue até o Campo da Pólvora. Lá está o monumento aos mortos e desaparecidos políticos na Bahia. A manifestação também ocorre em repúdio à orientação do governo Bolsonaro, de celebração do aniversário do golpe militar. 

De 1964 a 1985, após um golpe que destituiu o presidente João Goulart, os militares passaram a governar o país. Foi um período sombrio, em que brasileiros que discordassem do regime eram exilados, perseguidos, sequestrados, torturados e mortos. Em muitos casos, as famílias nem sequer conseguiram localizar os corpos.  

Durante os 21 anos de ditadura militar, o Congresso Nacional foi fechado, a imprensa censurada e muitos cidadãos tiveram os direitos políticos cassados. Portanto, é lamentável e revoltante a atitude de Bolsonaro de orientar a comemoração do golpe de 1964. Inclusive, o Ministério Público Federal emitiu nota de repúdio à recomendação feita pelo presidente ao Ministério da Defesa.

Para os procuradores do MPF, “não bastasse a derrubada inconstitucional, violenta e antidemocrática de um governo, o golpe de Estado de 1964 deu origem a um regime de restrição a direitos fundamentais e de repressão violenta e sistemática à dissidência política, a movimentos sociais e a diversos segmentos, tais como povos indígenas e camponeses”.  

Na nota, o MPF completa. “Não foram excessos ou abusos cometidos por alguns insubordinados, mas sim uma política de governo, decidida nos mais altos escalões militares, inclusive com a participação dos presidentes da República”.