Marcha em defesa da democracia toma o centro de Salvador

Cerca de duas mil pessoas participaram na manhã deste sábado (03), em Salvador, da caminhada do Dia Nacional de Luta em defesa da democracia, da Petrobras e por uma nova política econômica. Convocada pela Frente Brasil Popular, a atividade reuniu centrais sindicais, sindicatos, partidos políticos e entidades do movimento social de diversos segmentos de atuação.
Com faixas e bandeiras, os manifestantes se concentraram no Campo Grande logo no início da manhã, de onde saíram em direção à Praça Castro Alves, ocupando a Avenida Sete de Setembro e alertando a população sobre as tentativas de golpe contra a democracia e contra os interesses do povo brasileiro arquitetados pelos partidos derrotados nas eleições do ano passado, com o apoio de setores conservadores da sociedade e da grande mídia.

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“Sabemos que a luta não é fácil, que a elite não apoia os programas que concede moradia digna para os mais pobres, que eles não querem que os nossos filhos tenham acesso ás universidades. Eles querem dar um golpe para acabar com isso e a gente não pode ficar de braços cruzados. Vamos tomar as ruas para evitar o retrocesso. Vamos conversar com a família, com os amigos, com os colegas de trabalho sobre a ameaça que está acontecendo em nosso país. Não podemos deixar que eles consigam dar o golpe”, alertou  Everaldo Santos, do Movimento de Luta pela Moradia.

A defesa da Petrobras como patrimônio do povo brasileiro foi outra bandeira importante do movimento. Completando 62 anos neste sábado, a empresa foi criada para garantir que as riquezas obtidas com a exploração do petróleo ficassem com o povo brasileiro. “A Petrobras sofre ataques do capital estrangeiro desde a sua fundação, em 1953. Empresas internacionais como a Shell, a Esso e a Chevron sempre tentaram comprar a Petrobras para ficar com o nosso petróleo. Tentaram em 1954, em 1963 e continuam tentando agora. A direita queria entregar a Petrobras no governo FHC e não deixamos e não vamos deixar eles fazerem isso agora. Estamos nas ruas contra o golpe e em defesa da Petrobras que vai continuar sendo do povo brasileiro”, declarou o presidente da CUT , Cedro Silva.

Muitas outras lideranças se revezaram ao microfone durante o percurso da caminhada. O movimento de mulheres, da juventude, da luta contra o racismo, dos trabalhadores sem teto, dos médicos populares, das associações de bairro, os sindicatos, o PCdoB e muitos outros se fizeram presente no ato. Já na Castro Alves, o presidente da CTB Bahia, Aurino Pedreira, falou da importância da caminhada para o movimento em defesa da democracia.

“Cumprimos aqui uma tarefa importante com esta caminhada, que mesmo em um dia de sábado, com o sol a pino reuniu um grande número de pessoas no centro de Salvador. Daqui de cima do trio, nós podemos ver a disposição com que todos participaram do ato. Isso é muito importante, pois mostra a disposição do movimento social de lutar contra os ataques à Petrobras e a nossa democracia, mas também contra esta política econômica pretendida com o ajuste do Levy. Temos clareza de que lado estamos e que não podemos deixar este golpe acontecer. Estamos em uma disputa e só vamos venceremos  a nosso favor com a mobilização do povo e neste primeiro ato de rua da Frente Brasil Popular  já ficou claro que conseguiremos ampliar esta mobilização”,  ressaltou Pedreira.

O presidente da CTB lembrou ainda dos 70 anos da Federação Sindical Mundial, que está sendo comemorado neste sábado com um grande ato em São Paulo,  ressaltando a contribuição desta importante entidade de luta dos trabalhadores para o enfrentamento ao capitalismo.

Fonte: CTB Bahia