Mulheres lésbicas sofrem com despreparo no serviço de saúde

No Dia Nacional da Visibilidade Lésbica (29 de agosto), uma pesquisa revela preocupantes obstáculos enfrentados por mulheres lésbicas nos consultórios ginecológicos do Brasil. O I LesboCenso Nacional, conduzido pela Liga Brasileira de Lésbicas e Associação Lésbica Feminista de Brasília – Coturno de Vênus, aponta que cerca de 25% das mulheres lésbicas sofrem violência ou não recebem atendimento apropriado em consultas ginecológicas. Relatos incluem piadas inadequadas, olhares discriminatórios e tratamentos insensíveis.

Estudos corroboram estas experiências. Uma pesquisa publicada no The Journal of Medicine (2018) revelou que profissionais frequentemente não questionam a orientação sexual das pacientes, prescrevem anticoncepcionais sem necessidade e usam equipamentos inadequados. O I LesboCenso (2022) também destacou que 24,98% das mulheres lésbicas se sentiram discriminadas em atendimentos ginecológicos.

O racismo e a gordofobia também permeiam estas experiências. A capacitação dos profissionais de saúde é essencial, conforme a Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (2011). O Ministério da Saúde precisa aprimorar a educação permanente e a revisão de políticas para a população LGBTQIAPN+.