Nota de repúdio à truculência da polícia militar do Distrito Federal

Comando Nacional de Greve

Nos dias 05 e 06 de agosto, a Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (FASUBRA Sindical) e entidades do Fórum dos Servidores Públicos Federais, construíram intensas manifestações para pressionar de forma unificada o governo federal a atender as reivindicações da pauta geral, como também a pauta especifica de cada categoria. A nossa federação cumpre um papel de primeira linha nesse processo!

No dia seis de agosto, servidores públicos federais ocuparam juntos as avenidas da Esplanada dos Ministérios rumo ao prédio do Ministério do Planejamento. Nesse momento, a Polícia Militar investiu contra os manifestantes que ainda estavam na via se deslocando para o prédio, utilizando spray de pimenta e agressão física, negando-se a qualquer diálogo. Jornalistas dos sindicatos de base da federação, também foram agredidos por fotografar e filmar a ação.  A ação preparada dos policiais ao incitar um conflito e agir de forma truculenta contra os manifestantes, poderia findar em uma situação desastrosa. Resultado, trabalhadores foram feridos, após o abuso de força desnecessário.

Reiteramos que esse ataque aos trabalhadores faz parte da lógica de um estado militar, cuja raiz histórica advém dos períodos sombrios das ditaduras militares deste país, favorecendo a cultura de violência mantida até os dias atuais. A violência e repressão contra a população que participou das manifestações em 2013 e 2014, assim como o ataque aos trabalhadores em greve, sindicatos e movimentos populares e sociais, demonstra as decisões políticas de grande parte das instâncias governamentais de impedir os protestos, as lutas por direitos e, em particular, de criminalizar os manifestantes e militantes que reúnem a classe trabalhadora, camponeses, nativos da terra, quilombolas e, sobretudo, negros e pobres deste país. A lógica do Estado militar perpassa os diversos Poderes, onde os mecanismos de opressão e violência imperam na manutenção dos privilégios de poucos, em relação à maioria da população.

É importante destacar que esta lógica ajuda a manter o modelo econômico posto em prática no atual governo, sustentado pelo grande empresariado, banqueiros e elites do país que se beneficiam e lucram com a manutenção dessa cultura relacionada diretamente com os ajustes e os ataques aos direitos trabalhistas e sociais.

Portanto, a FASUBRA SINDICAL repudia a ação truculenta da Polícia Militar do Distrito Federal. No Brasil, as manifestações de servidores públicos tem sido alvo de violência, como há pouco aconteceu no estado do Paraná, onde milhares de professores sofreram agressões por parte da polícia.

Nesse período de greve, fortalecer o movimento e seguir as negociações com o governo federal em luta e unidade é imprescindível. Diante desse fato lamentável, não vamos nos intimidar com provocações e ações promovidas pelo aparato policial repressivo que objetiva calar a voz dos trabalhadores que ousam resistir ao ajuste fiscal, a retirada de direitos trabalhistas e sociais promovido pelo governo.