Nova variante da Covid pede ação do governo aliada à ciência

A pandemia da Covid-19 forçou a reconfiguração de muitos sistemas, principalmente o de saúde. A descoberta da nova variante, denominada Ômicron, considerada uma cepa de preocupação, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), representa um “risco muito elevado” para o planeta. 

Com a grande possiblidade de infecção generalizada, é preciso chamar a atenção para a necessidade da democratização do acesso à vacina no Brasil e em outras nações. Os países devem trabalhar em conjunto com os cientistas – que tentam compreender as mutações que surgem – e investir na garantia de imunização para aqueles que não possuem cobertura vacinal. 

O médico infectologista Marcos Caseiro avaliou, em entrevista ao site Rede Brasil Atual, que “esse vírus está ensinando as pessoas sobre um pouco mais de democracia. Elas precisam entender que vacina é uma proposta coletiva. Não adianta os países ricos terem vacina, revacinarem, fazerem quarto ou quinto reforço enquanto nós não diminuirmos a circulação viral. E isso só vamos conseguir garantindo a vacinação para os países mais pobres”, afirma. “Se você não vacina, permanece com o vírus circulando e a chance de surgirem estas cepas mutantes é muito grande. Então o mundo todo tem que entender que temos que dividir vacinas irmanamente, porque senão esses vírus mutantes vão voltar para os países ricos, mesmo vacinados, e causar estragos. Temos que democratizar o acesso às vacinas, esse é o grande recado.” 

No último sábado (27/11), um passageiro brasileiro que passou pela África do Sul desembarcou no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, e testou positivo para a Covid-19. Ainda não se sabe se essa pessoa foi contaminada pela nova variante. O Instituto Adolfo Lutz deve divulgar o resultado em cinco dias. Identificada no final de novembro na África do Sul, a Ômicron já foi detectada na Holanda, Austrália, República Tcheca, Botsuana, Hong Kong, Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Itália e Canadá.