“O homem não tece a teia da vida: É antes um dos seus fios. O que quer que faça a essa teia, faz a si próprio.”
Hoje, 19 de abril deveria despertar com o povo brasileiro em festa, numa saudação fraterna àqueles que tem sabiamente guardado, respeitado e festejado a “mãe terra” consagrando suas leis com a certeza de estarem garantido o futuro das próximas gerações, como fizeram seus ancestrais, ou não serão as nossas gerações e os nossos ancestrais??? E fazem isso para além do marco do retumbante 1.500, o nosso primeiro engodo, afinal de contas o Brasil fora de fato “descoberto”? Como assim, se sempre esteve aqui???? Mas isto nos remete ao início do mercantilismo, fase primária do capitalismo, e hoje é dia do índio, o único dia de índio. Será???
Se nos detivermos nos dados censitários mais atualizados, mesmo não havendo um censo indígena no Brasil, os cômputos globais têm sido feitos – seja pelas agências governamentais [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Fundação Nacional do Índio (Funai) ou Fundação Nacional de Saúde (Funasa)], pela Igreja Católica (Cimi) ou pelo Instituto Socioambiental (ISA) – com base numa colagem de informações heterogêneas, que apontam para estimativas globais, que nos levam a concluir que nada temos a comemorar no dia 19 de abril, pois dos 6 milhões de indígenas brasileiros, restam não mais que 810.000 indígenas (dados de 2010). E aí fica a pergunta, que não quer calar: estamos comemorando o quê? A competência do extermínio, do aculturamento, da sonegação dos direitos básicos e elementares garantidos constitucionalmente a toda(o) e qualquer brasileira(o)???
Melhor seria nos sentarmos à moda das(os) nossas(os) irmãs(ãos), para pactuar uma revolução, que nos permitisse um novo modus operandi, com a compreensão exata de que há muito mais conforto na rede trançada do que nos bancos frios derivados das nossas manufaturas. E agudizando mais ainda este processo, fazer valer os princípios constitucionais, garantido às nossas(os) índias(os) reais motivos para celebrar 19 de abril, com dignidade, à guiza de serem respeitados nas suas necessidades físicas, materiais, culturais e espirituais.
Guaranis Kaiowás!!!! Presentes!!!
Fonte: www.fasubra.org.br