Para centrais sindicais, unidade será fundamental para avançar em 2015

Só a unidade e o fortalecimento da mobilização podem trazer avanços na valorização dos trabalhadores públicos federais em 2015, como resultados da Campanha Salarial Unificada. Foi o que enfatizaram os representantes das centrais sindicais CTB, CSP-Conlutas e CUT no debate que marcou a abertura do Seminário Nacional, ocorrido durante o último final de semana, em Brasília/DF.

O encontro teve como objetivo definir os eixos da Campanha Salarial 2015. Durante o evento, foram debatidos temas como privatização, terceirização, índices de reajuste e precarização do trabalho. Na ocasião, a Fasubra afirmou que, para 2015, o embate será desafiador e conclamou os trabalhadores de todos os setores a saírem juntos em caso de greve.

“A expectativa é grande, a conjuntura econômica é desafiante para todo o serviço público. Por isso espero que as estratégias realmente valorizem a unidade, de modo a não ocorrer o que aconteceu em 2012 e 2014, anos em que a Fasubra saiu praticamente sozinha para exigir do Governo Federal a valorização dos trabalhadores e dos serviços públicos. Os desafios são enormes e os ataques serão maiores que os que pudemos ver nessa semana na comissão mista de Consolidação das Leis e Regulamentação da Constituição que aprovou relatório do senador Romero Jucá (PMDB-RR) sobre direito de greve, que estabelece limites muito rígidos e que interferem na mobilização e organização dos trabalhadores”, avaliou um dos representantes da Federação.

O debate sobre conjuntura contou com a apresentação do tema pelas centrais sindicais presentes. Os debatedores centralizaram suas análises na conjuntura internacional, com ênfase na crise econômica, o resultado das eleições no Brasil, a composição do Congresso Nacional e as primeiras medidas econômicas adotadas pelo Governo logo após a reeleição da presidente Dilma.

Para o secretário de Serviços Públicos e do Trabalhador Público da CTB, João Paulo Ribeiro, em cenário de crise como a atual a ordem é construir a unidade. “É preciso deixar a vaidade de lado e definir estratégias eficazes de valorização e defesa dos serviços públicos e dos trabalhadores a serem encampadas por todo o funcionalismo. Muitas avaliações feitas até agora, de que o Brasil está dividido em virtude do resultado da eleição presidencial, não procedem. O que acontece é uma disputa de ideologia. De um lado temos a antiga oligarquia, que vai ser predominante no Congresso Nacional e irá tentar suprimir direitos dos trabalhadores, e do outro lado temos o campo progressista, que venceu as eleições, mas que vai se esforçar para se adequar à crise. É essa realidade que já estamos enfrentando e que na qual vamos levar adiante a campanha salarial. Assim, a pressão que teremos que fazer frente aos poderes Executivo e Legislativo tem que ser precisa e unitária”, defendeu o sindicalista.