Por força do movimento, reitoria da Ufes assina acordo e greve é suspensa no HU
Categoria conquista importantes direitos para os trabalhadores e a luta contra a Ebserh vai continuar
Foi uma greve curta de sete dias. Mas foi muito forte e com intensa participação dos trabalhadores do Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (Hucam). E por isso, o movimento paredista contra a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), contra a privatização da saúde pública e em defesa dos direitos da classe trabalhadora obteve conquistas importantes para a categoria.
Estava nas mãos da Reitoria acabar com a greve no Hospital, iniciada no dia 06 de maio de 2013. E sob os olhares de um grupo expressivo de trabalhadores, o reitor da Ufes assinou o termo de acordo de greve, com alterações que garantem os direitos dos trabalhadores, e encaminhou o fim da paralisação no Hucam, em reunião realizada no prédio da administração da universidade, no campus de Goiabeiras em Vitória, na manhã desta segunda-feira (13).
De posse do termo assinado pelo reitor, a categoria decidiu suspender o movimento paredista. Mas além da suspensão, os trabalhadores aprovaram o estado de greve permanente, na assembleia no Hucam, que aconteceu logo após reunião na Reitoria. Com isso, as atividades no hospital universitário foram restabelecidas a partir das 7 horas desta terça-feira (14).
O termo de acordo garante a jornada de 30 horas para os técnico-administrativos no Hucam, a não subordinação dos trabalhadores (Ufes/Hucam) à Ebserh, sendo extensivo aos técnico-administrativos em estágio probatório; à opção individual e pessoal de remoção, entre outros.
Por isso, o Comando Local de Greve destaca que essa não foi apenas uma luta contra a Ebserh. Foi também contra a própria gestão da universidade, que cometeu o grande equivoco de entregar o hospital universitário e não estava garantindo nem sequer os direitos dos trabalhadores da própria Ufes – afinal quem trabalha no Hucam também é trabalhador da universidade.
“Ainda não derrotamos a Ebserh, mas derrotamos a Reitoria, que assumiu o compromisso e recuou, pois o reitor não estava com o discurso da reunião de quinta (dia 09 de maio) passada. Ele viu que o movimento estava forte e que a greve iria continuar se ele não assinasse”, frisou o Comando Local de Greve no Hucam.
Greve suspensa e luta que segue
A aprovação do estado permanente de greve é a prova de que os trabalhadores no Hucam estão unidos e vão seguir na luta contra a Ebserh e contra a privatização do Hucam. “Com esse termo, tiramos o trabalhador da forca da Ebserh, mas a qualquer pisada de bola da Reitoria com esse termo de acordo, a greve pode voltar. E vamos seguir fortes em defesa da saúde pública 100% SUS, pois mostramos que os técnico-administrativos no hospital entraram para valer nessa greve, deram um exemplo e estão de parabéns”, afirmou o Comando Local de Greve, que conduziu os trabalhos e as negociações durante o movimento paredista.
Vitórias da greve: direitos conquistados para a categoria!
-30 horas para o Hucam;
-Não subordinação dos trabalhadores da Ufes lotados no Hucam à Ebserh: serão adotadas medidas eficazes para que os trabalhadores efetivos e em estágio probatório não sejam subordinados à gestão da Ebserh, no que tange aos direitos e deveres previstos no RJU e na Lei 11.091/2005 e nos decretos 5.707 e 5.825, ambos de 2006;
-Trabalhadores da Ufes lotados no Hucam não serão transferidos por critérios de conveniência e oportunidade, salvo se esta for a sua vontade;
-A Ufes manterá um posto de atendimento da Progepaes no campus de Maruípe, voltado para atendimento dos trabalhadores da Ufes lotados no Hucam;
-A Ufes terá poder disciplinar em relação a eventuais faltas funcionais cometidas por trabalhadores de seu quadro.
Fontes: http://www.andes.org.br