Primeira medida do governo Bolsonaro para conter desemprego visa o benefício dos empresários

O governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) estuda lançar, pela primeira vez, um pacote que supostamente pretende combater o desemprego. Seriam ações para criar condições que permitam aos empregadores criarem postos de trabalho. Porém, as medidas só foram apresentadas a executivos e banqueiros para que seja dado o aval da proposta, mostrando quais os reais interesses da possível medida: beneficiar os empresários.

 Na última sexta-feira (06/09), o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o governo pretende lançar as medidas no futuro.

Entre as medidas listadas por Bolsonaro e Guedes está a liberação de aproximadamente R$ 65 bilhões em depósitos recursais para as empresas financiarem o capital de giro. Ou seja, valores que estão depositados em juízo para que as organizações arquem com questões trabalhistas serão liberados desde que elas façam um seguro para compensar a reserva desse recurso para o caso de perderem uma ação na Justiça do Trabalho e assim possam indenizar ex-funcionários.

Outra ação seria a tentativa de organizar uma parceria público-privada para a intermediação de mão de obra. A proposta desloca para as empresas do setor privado o trabalho de agência de emprego, que são de responsabilidade do Sine (Sistema Nacional de Emprego). 

Outra proposta prevista na medida está a “redução de aposentadoria por invalidez”, fazendo com que trabalhadores afastados por ordem médica possam ser reabilitados.

Este pacote não apresenta possíveis mudanças para o atual cenário de desemprego no país, que atinge quase 13 milhões de pessoas, além de colocar a responsabilidade pela falta de postos de trabalho quase que diretamente no trabalhador.

Em julho, o presidente do Itaú, Candido Bracher, comemorou, em entrevista à Folha de S.Paulo, os altos índices de desemprego, que para ele demonstra a permissão de “crescimento sem fração inflacionária”.