Racismo estrutural aumenta índices de desigualdade no país

O racismo no Brasil ultrapassa os limites da violência. Os índices de desigualdade no país também cresceram por conta da estrutura socioeconômica. A conclusão se deu durante o Seminário Diversidade e Equidade no Setor de TI no Brasil: Perspectivas sobre o Trabalho e Inclusão Digital, realizado de forma online pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). O evento debateu o histórico de desigualdades neste campo, com foco na questão de gênero, os desafios da inclusão e participação digital na sociedade e no mercado de trabalho, além de discutir iniciativas para o aumento dessa inclusão.

O racismo é apontado pela doutoranda em Ciência da Computação na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), com foco em Gestão da Diversidade, Biamichelle Miranda, como um dos principais desafios enfrentados por mulheres afrodescendentes e outras parcelas da população socialmente excluídas da tecnologia.

As empresas precisam garantir a diversidade de gênero e raça e é necessário que essa inclusão ocorra dentro das empresas e que essas pessoas tenham mobilidade para chegar no topo da carreira, disse a presidente da organização Geledés e pós-doutoranda em Diversidade Étnico-Racial na Universidade de São Paulo (USP), Antonia Quintão.

“Algumas vezes empresas se apresentam como organizações comprometidas com a diversidade, porém os postos de decisões, os cargos mais estratégicos, aqueles cargos que poderiam garantir efetivamente a representatividade para fazer a diferença, não são ocupados por negros, quase nunca por mulheres negras”.