Reajustes salariais abaixo do INPC são maioria e acordos com ganho real recebem menos de 1% de aumento

“Um passo em frente, dois passos atrás”. O ditado popular se encaixa perfeitamente com a situação que cerca os reajustes salariais no país. De acordo com o Dieese, no mês de julho, o percentual de acordos e convenções coletivas com aumentos reais subiu 31,8%, o que é um progresso, se comparado aos demais períodos.

No entanto, o número de acordos que ficaram abaixo do INPC é de 47,3%. Outros 20,8% tiveram resultados iguais a inflação. Ainda para aqueles que conquistaram reajustes acima da inflação, o ganho real é de 0,38% em média. As que não conseguiram nem repor o INPC tiveram, em média, perda de 2,57%.

Os dados são da análise de 245 acordos e convenções coletivas registrados no Mediador, do Ministério do Trabalho e Previdência, até 10 de agosto. No geral de julho, considerando todos os reajustes (acima iguais e abaixo da inflação), a variação real média foi negativa: -1,10%. Isto significa que o arrocho salarial continua dando o tom nas mesas de negociação.

Quanto aos pisos salariais, o maior valor médio foi verificado na categoria dos profissionais liberais (R$ 2.690,11); e o menor, entre os trabalhadores na indústria de calçados (R$ 1.282,03).