Reforma amplia desigualdades entre homens e mulheres no serviço público

Um dos riscos em potencial da PEC 32, ou Reforma Administrativa, é em relação ao aumento das desigualdades de gênero no funcionalismo público. Informações das Pesquisadoras da Rede Brasileira de Mulheres Cientistas mostram que os cargos afetados pela medida são ocupados por mulheres, como profissionais da educação, saúde e assistência.

De acordo com o Atlas do Estado Brasileiro de 2017, as mulheres recebem salários menores do que os homens em todos os poderes: no Executivo, ganham 24,7% menos que homens, no Legislativo, 12%, e no Judiciário, 6,2%. Mesmo com os menores salários, as mulheres são maioria: no Poder Legislativo (61,1%) e Judiciário (53,15%) em 2019.

A proposta atual da PEC 32 atinge diretamente a maioria dos servidores em cargos operacionais e de atendimento ao público, enquanto cargos com salários maiores – como Legislativo e Judiciário – estão fora do texto da reforma.

Além de atingir cargos de maioria feminina, a reforma também aumenta a preocupação das mulheres em relação ao fim da estabilidade das carreiras. Como as pesquisadoras pontuam, em uma disputa futura sobre quais carreiras se manterão estáveis, “está claro que aquelas de maior poder terão maior chance de barganha, enquanto as carreiras menos valorizadas terão menor espaço”.

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