Reitoria da UFPR inicia repressão aos trabalhadores do HC em greve

Reitoria da UFPR e Direção-Geral do Hospital de Clínicas revelam diante da Justiça Federal que são favoráveis à repressão aos trabalhadores do HC em greve! A “confissão” ocorreu poucas horas depois da aprovação de uma “Moção de Apoio” ao movimento grevista por parte do Conselho Universitário da UFPR…

Na tarde desta quinta-feira, 24 de abril, ocorreu uma “Audiência de Conciliação” entre a UFPR, Direção-Geral do HC, Ministério Público Federal e o Sinditest, para tratar da greve no Hospital de Clínicas. Essa audiência foi solicitada pelo mesmo juiz que concedeu a liminar abusiva ordenando o corte de ponto e a criminalização dos trabalhadores do HC que permanecessem em greve.

Durante a audiência, as máscaras de alguns personagens caíram. Apesar do discurso favorável ao direito de greve proferido hoje mesmo pelo Vice-Reitor Rogério Mulinari, e apesar da aprovação da Moção de Apoio ao movimento grevista ocorrida na sessão do COUN, a Reitoria e a Direção-Geral do HC mostraram o que verdadeiramente pensam: pediram à juíza para que deixassem de ser réus na ação e se tornassem parte do polo ativo, junto com o Ministério Público Federal, para que possam ter mais liberdade de ação na repressão e perseguição aos trabalha1897_496dores, além de se livrar dos incômodos das multas eventuais destinadas aos réus.

Ou seja, caiu por terra o discurso esfarrapado do Reitor Zaki Akel e do Vice Rogério Mulinari, que afirmaram em várias ocasiões que estavam reprimindo, mas “a contra-gosto”, “pressionados pelo MPF e por uma decisão judicial”. Na audiência de hoje, ficou provado que a Reitoria da UFPR e a Direção-Geral do HC queriam reprimir e criminalizar os trabalhadores a qualquer custo desde o princípio da greve, mas não possuíam os meios para tanto. Após a articulação com a Prefeitura de Curitiba, o MPF e parte do poder judiciário (além do lobby da EBSERH, que certamente está por trás disso), os dirigentes da UFPR e do HC desistiram de posar de vítimas da decisão que eles mesmos ajudaram a produzir e pediram para fazer diretamente o papel de algozes, carrascos do movimento grevista, revelando assim suas verdadeiras intenções.

Por trás da repressão: um arco de alianças pró-EBSERH

É preciso dizer ainda que a audiência começou com a seguinte declaração da juíza responsável pela 4ª Vara: “Estamos aqui para acabar com a greve. Qual é a proposta de vocês?” Infelizmente, há uma comunhão de interesses envolvendo a Reitoria da UFPR, a Direção-Geral do HC, o Governo Federal, o judiciário, o Ministério Público e a Prefeitura de Curitiba: todos eles querem acabar com a greve para impedir a eclosão de uma luta conjunta dos servidores estatutários e dos trabalhadores da FUNPAR, impedindo assim o crescimento da resistência contra a EBSERH, que continua espreitando o hospital. Isso explica por que um juiz de plantão, trabalhando na véspera de um feriado prolongado, produziu uma aberração jurídica contra o movimento grevista, aberração prontamente atendida pela UFPR.

Ao fazer parte da “acusação”, juntamente com o MPF, é evidente que o Reitor Zaki Akel não vai tomar nenhuma medida contra essa liminar abusiva, que decretou a “ilegalidade” da greve no HC. Isso prova que ele mentiu ao dizer que iria recorrer e fazer o possível para derrubar a liminar, na reunião com o Comando de Greve e a Direção do Sinditest ocorrida na terça-feira, 22 de abril, após a quase-ocupação de seu gabinete. Mentiu também o Vice-Reitor Rogério Mulinari na sessão de hoje do COUN, pois embora seja um carrasco assumido dos trabalhadores em greve, não teve a coragem e a decência de votar contra a Moção de Apoio solicitada pelos trabalhadores e que foi aprovada no COUN por “unanimidade”.

Cassar a liminar e retomar a luta!

O Sinditest continua trabalhando para reverter todo esse episódio de arbitrariedade, abuso de poder e cerceamento de direitos protagonizado pela Procuradora do MPF, Antônia Lélia Sanches, pelo Reitor Zaki Akel, pelo seu Vive Rogério Mulinari e pelo Diretor-Geral do HC Flávio Tomasich. O recurso e o agravo de instrumento apresentados pela assessoria jurídica do Sinditest já estão sendo avaliados, tanto em nível local, no processo que está em mãos da juíza, quanto no TRF em Porto Alegre. Esperamos derrubar essa liminar o mais rapidamente possível para, em seguida, tomar providências contra o assédio moral e as ameaças que as chefias e gerências já estão praticando dentro do HC a mando da Direção-Geral do hospital.

A greve continua no restante da UFPR e nas demais instituições da base do Sinditest.

Amanhã, sexta-feira (25), faremos uma Assembleia Geral de Greve no HC, às 10h, na Sala 2, para discutir as alternativas de mobilização a adotar frente a essa escalada da repressão.

ZAKI, MULINARI E FLAVIO TOMASICH: OS TRABALHADORES NÃO ESQUECERÃO JAMAIS ESSA TRAIÇÃO!

A LUTA CONTINUA! ATÉ A VITÓRIA!

 

Fonte: http://www.sinditest.org.br/