Reunião com reitor João Carlos Salles trata da situação nos Hospitais Universitários

A Sala dos Conselhos da UFBA ficou lotada na tarde da terça-feira (31/5), quando técnico-administrativos do COM-Hupes e da Maternidade Climério e Oliveira (MCO), além da coordenação da Assufba, reuniram-se com o reitor da UFBA, João Carlos Salles, e a pró-reitora de Desenvolvimento de Pessoas, Lorene Louise, para tratarem da situação dos trabalhadores nos hospitais universitários.

O coordenador Geral da Assufba, Renato Jorge, informou aos presentes que o objetivo da audiência foi reunir os trabalhadores dos hospitais para que expusessem à reitoria da universidade o que tem ocorridos nas unidades de saúde, a exemplo da precarização do trabalho, falta de segurança e materiais.

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Almira do Rosário, integrante da Seção Sindical do Hupes, falou sobre a chegada da Ebserh e todas os problemas acarretados na unidade desde então. Segundo ela, a falta de material e o assédio dentro do Hupes tem causado enormes problemas para a categoria. “Em 22 anos aqui, nunca vi uma situação tão preocupante e delicada como essa que passamos agora.”

Representante da Seção Sindical na MCO, Maria Auxiliadora relatou que são mais de 500 funcionários e a estrutura física da maternidade não comporta. “Nós, trabalhadores, é que sentimos na pele o que é a gestão Ebserh. Já chegamos ao índice de 400% acima da capacidade da MCO. temos pacientes em papelão no chão, em cadeiras. O refeitório não tem capacidade para atender nossa demanda. Falta segurança, material de trabalho e lugar para trabalhar.”

De acordo com Renato Jorge, um dos maiores problemas nos hospitais é a forma com a Ebserh tem se relacionado com os trabalhadores RJU. “A precarização do trabalho está altíssima. Não existe um diálogo claro com a empresa. As decisões partem de forma unilateral e sem levar em conta a situação dos trabalhadores.” Os temas apresentados incluíram ainda, questões referentes à capacitação e qualificação, o programa Crescer com Competência e a precarização do ensino, pesquisa e extensão.

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Após ouvir o relato dos trabalhadores, o reitor João Carlos Salles declarou que o ano de 2015 foi realmente complicado para a universidade por conta da falta de orçamento. Sobre a gestão da Ebserh, o reitor informou que já fez consulta junto ao TCU para encontrar uma forma de rever o contrato com a empresa e evitar qualquer tipo de prejuízo para os trabalhadores.”Não sou e nunca fui defensor da Ebserh. Quando foi votada a adesão à empresa, eu me abstive e sugeri que houvessem mais discussões sobre o tema.”

Sobre a precária situação nos hospitais como falta de material, o reitor declarou que é uma situação humilhante para os trabalhadores.”Estamos com um grande problema de custeio na universidade. A Ebserh só atenderá o custeio total dos hospitais após a demissão de todos os terceirizados. É cláusula contratual. Esse contrato foi assinado no reitoriado anterior”, declarou João Carlos.

O reitor solicitou a cooperação da Assufba para que seja elaborado um relatório com todos os problemas dos hospitais para que, juntos, cobrem da Ebserh respostas. Na ocasião, ele salientou que os trabalhadores utilizem ainda mais a Ouvidoria da UFBA e denunciem qualquer tipo de situação constrangedora ou de desrespeito.

Lorene Louise declarou que fez consulta com a Ebserh para que seja realizada reunião entre Reitoria, a empresa e a representação dos trabalhadores.