Segundo governo federal, aposentado que ganha R$ 2.231,00 é rico. Piada

O governo Bolsonaro não mede esforços para atacar a classe trabalhadora. A última declaração em documento do Ministério da Economia anexado à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 6/2019, para justificar a reforma da Previdência, foi que aposentado que recebe R$ 2.231,00 é rico.

Segundo o texto, pobre é aquele que recebe R$ 1.252,00 de aposentadoria. Este é o combate aos privilégios do governo federal: tirar o direito de trabalhadores e trabalhadoras à aposentadoria.

Segundo a pesquisadora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Denise Gentil, a reforma de Bolsonaro não aborda que apenas 5% dos mais ricos do Brasil detêm a mesma fatia de renda que outros 95%. O governo alega que a distância entre pobres e ricos é de R$ 979,00 (menor do que um salário mínimo). Ou seja, enquanto o governo diz que combaterá privilégios, a reforma atinge justamente a parcela dos mais desassistidos do país.

O governo federal ignora os índices de desemprego e a alta rotatividade de determinadas categorias que ficam longos períodos desempregadas, vivendo de bicos e sem condições de pagar o INSS.

Trabalhadores da construção civil, por exemplo, dificilmente conseguem emprego após os 45 anos, devido a problemas de saúde da idade e desgaste físico. Aumentando o tempo de contribuição de 15 para 20 anos, dificilmente conseguirão se aposentar.

O processo sintomático dos trabalhadores da construção civil poderá resultar na busca pelo BPC (Benefício de Prestação Continuada), pago para idosos a partir de 65 anos. Caso a reforma da Previdência de Jair Bolsonaro passe, o benefício será reduzido para R$ 400, o que colocará esses futuros idosos em condições miseráveis.

Como se não bastasse, ainda há no texto da PEC 6/2019, o ponto do regime de capitalização, que transfere renda para os bancos privados.