Seminário defende reinvenção de universidades para o fortalecimento da cultura

Evento teve mais de 200 representantes de universidade

Evento teve mais de 200 representantes de universidade

Ampliação dos cursos de graduação na área da cultura, mais bolsas para pesquisadores e realização de atividades de extensão universitária que absorvam os saberes da cultura das comunidades estiveram no topo das discussões do 1º Seminário Cultura e Universidade que aconteceu de 22 a 24 de abril, no Pestana Bahia Hotel.  As atividades realizadas em torno das mesas temáticas e nos Grupos de Trabalho destacaram a necessidade de desenvolver as bases para uma Política Nacional de Cultura voltada  tanto para a academia quanto para os detentores dos conhecimentos tradicionais.

O Seminário que aconteceu graças a uma parceria entre a Universidade Federal da Bahia (UFBA), o Fórum de Pró-Reitores de Extensão (Forproex) e as secretarias de Políticas Culturais, de Articulação Institucional e de Economia Criativa do Ministério da Cultura (MinC), reuniu mais de 200 convidados, entre eles pró-reitores; representantes de estudantes, rádios, TVs e editoras universitárias; da UNE e Andifes, além de gestores públicos de órgãos como MinC, MEC, MCTI, CAPES, CNPq e FINEP.  Tal ambiente, marcado pela diversidade de participantes, proporcionou troca de experiências e o fortalecimento de princípios que devem contribuir para incentivar e nortear o ensino, a pesquisa e a extensão nas áreas artísticas e culturais, conforme definiram os relatórios de compartilhamento dos trabalhos, apresentados ao final do encontro.

Universidade aberta 

Além da necessidade de fortalecimento do Plano Nacional de Cultura com medidas políticas que tenham reflexo nas práticas cotidianas, os debates debruçaram-se sobre o papel da universidade neste sentido.  Na mesa “O desafio da expansão do ensino, da pesquisa e da extensão em arte e cultura”, a professora Ivana Bentes, diretora da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), questionou o que a academia tem feito para se aproximar da comunidade do seu entorno, chamando atenção para a necessidade de reformulação do atual modelo de universidade fechada em si mesma. “Precisamos abrir a estrutura da universidade para o desenvolvimento da cultura, dar acesso aos alunos e à comunidade”, destacou Bentes, ao relatar a experiência que teve ao abrir os laboratórios de informática da Escola que dirige para a comunidade usa-los, durante os finais de semana.

A idéia de reinvenção das práticas acadêmica também foi partilhada pelos integrantes da  mesa “Uma política para acervos digitais e a interface com a educação”.  Entre eles, o professor Messias Bandeira do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos (IHAC / UFBA), enfatizou que “estamos reescrevendo o código fonte das universidades, pois estamos pensando a cultura para além das estruturas acadêmicas”.

Reconhecimento

A criação de espaços que acolham os pesquisadores acadêmicos e não-acadêmicos, das diferentes disciplinas das várias áreas da cultura, foi defendida durante a mesa “Perspectivas para a formação em competências criativas”. Neste momento, debatedores e plateia traçaram reivindicações em torno da criação de uma área na CAPES para enquadrar as especificidades do campo da cultura, além da existência de  revistas multidisciplinares para funcionarem como espaço de publicação dos estudos realizados.

Outro grande desafio considerado foi a gestão da cadeia produtiva da Economia Criativa, observando sua multidisciplinaridade e transdisciplinaridade. Para tanto, é preciso planejar a reutilização de espaços arquitetônicos, na maioria das vezes, degradados e também o reconhecimento dos atores culturais que ocupam “posições marginalizadas”.

Programação

A programação do seminário contou com mesas temáticas, grupos de trabalho, palestra e plenária.  A abertura teve a presença da Reitora da UFBA, Dora Leal Rosa que participou da mesa “Construindo diretrizes para uma política pública de cultura para as Universidades. O professor da UFBA, Naomar de Almeida Filho palestrou sobre “O legado de Anísio Teixeira para a cultura e a educação”. Mais detalhes sobre o I Seminário Cultura e Universidade estão disponíveis no  blog do evento e imagens dos momentos mais marcantes estão disponíveis na Galeria de Fotos.

 

Fonte: www.ufba.br