Simone Coité: As universidades federais sofrem com a falta de investimento

A coordenadora geral da ASSUFBA, Simone Coité, fala sobre as dificuldades enfrentadas pelas universidades federais da Bahia, sobretudo, as mais recentes, em decorrência do corte orçamentário feito pelo governo Temer.

 

ASSUFBA: As universidades federais do Brasil têm sido gravemente atingidas pelo projeto neoliberal do governo Temer, com cortes nas áreas de saúde e educação. Qual o rebatimento desta conjunta para as universidades do interior da Bahia?

Simone Coité: Nós estamos vivenciando o projeto neoliberal de um governo golpista e ilegítimo, que tem por objetivo a privatização das universidades federais e isso tem impactado diretamente nas novas universidades, em especial a UFOB e outras na Bahia, e exemplo da UNILAB e UFSB. Temos sofrido esse impacto porque nós estamos no período de consolidação, de necessidade de investimento para que a gente consiga ter o desenvolvimento necessário.

 

ASSUFBA: Qual é a situação hoje na UFOB?

Simone: No nosso caso específico da UFOB, estamos em uma multicampia. Temos cinco campi e todos necessitam de investimento para a construção de prédios para sala de aula. Nós estamos com a construção do Restaurante Universitário. Infelizmente o governo não entende que é uma política de expansão e que, mais do que nunca, precisamos de investimento tanto para as obras quanto para a contratação de novos servidores. O último concurso foi em 2014 e a gente tem uma demanda para novos concursos. Mas, não é prioridade para o atual governo.

 

ASSUFBA: Não dá para investir em desenvolvimento sem recurso. Não é?

Simone: A redução de investimento tem impactado diretamente nas nossas ações no que se refere à pesquisa, extensão e ensino. Os projetos nas universidades estão prejudicados pela falta de recursos, que é uma política presente no governo e que tem influenciado de forma negativa no desenvolvimento da universidade.

 

ASSUFBA: Então, tem dificultado o processo de expansão e desenvolvimento da UFOB?

Simone: Sim, tem impactado o desenvolvimento das universidades, especialmente as novas, como a UFOB. Os recursos, de fato, têm de garantir uma universidade que seja pública, gratuita e de qualidade, com excelência. E isso só é possível, a partir do momento em que temos investimento. Caso contrário, não temos como produzir conhecimento.