TCU aponta déficit de professores e evasão de 24% nos institutos federais

Auditoria solicita ao MEC plano de ação para solucionar os problemas.
MEC diz que vai reformular currículo e contratar 8 mil docentes e técnicos.

O Tribunal de Contas da União (TCU) realizou uma auditoria na rede federal de educação profissionalizante, científica e tecnológica, formada por 38 institutos federais espalhados por todo o país, para avaliar as ações de estrutura e expansão. Foram apontados problemas como o déficit de professores e servidores, evasão escolar, entre outros. O Ministério da Educação tem 180 dias para apresentar um plano de ação que atenda às recomendações apontadas pelo TCU.

Nos cursos profissionalizantes de nível médio ofertados pelos institutos, constatou-se que os índices de evasão atingiram 24% do total de alunos matriculados nos cursos do Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade Educação de Jovens e Adultos (Proeja), e 19% nos cursos médios subsequentes.

Sobre a falta de professores, o MEC utilizou dados fornecidos pelos próprio MEC que indicam um déficit de 7.966 docentes e de 5.702 técnicos de laboratório, o que corresponde, respectivamente, a 20% e 24,9% de cada quadro.

O secretário de Educação Profissional e Tecnológica do MEC, Marco Antonio de Oliveira, diz que uma das razões do problema do déficit teria sido causado pelo atraso na aprovação da lei de provimento de cargos que vai garantir a contratação 77 mil docentes e funcionários nos próximos anos, segundo o secretário.

No entanto, segundo ele, neste momento já está liberada a contratação por meio de concursos de 4.515 docentes e 3.974 técnicos administratórios  “Até o fim deste semestre serão mais 8.000 professores e 5.000 técnicos.”

Expansão
De acordo com Oliveira, muito dos problemas se deve à “expansão histórica” que a rede de educação profissionalizante vive. “Durante um século tivemos 140 unidades, em pouco mais de 10 anos saltamos para 440 campi. Trata-se de uma expansão histórica, de larga escala e em alta velocidade, o que gera um descompasso.”

Sobre os índices de evasão, o secretário afirma que haverá reformulação no conteúdo oferecidos aos alunos do Proeja, que geralmente são adultos que não tiveram oportunidade de estudar na idade ideal. “Vamos fazer um mix do conteúdo geral do ensino médio com a formação profissional, para que o estudante se sinta atraído e desafiado e não abandone o curso no meio do caminho.” Haverá também a possibilidade de o aluno adquirir uma certificação intermediária, se fizer cursos técnicos de menor duração, de 160 horas por exemplo, ao longo do processo.

Para o ensino médio subsequente, destinado a quem já fez o ensino médio e quer se profissionalizar  os planos do MEC é combater a evasão com a expansão dos recursos de assistência estudantil. No ano passado, foram 156 milhões e neste ano serão destinados R$ 247 milhões destinados para garantir a assistência estudantil e facilitar a permanência no curso de alunos com este perfil, segundo o secretário. Para o secretário, os alunos desta modalidade de ensino abandonam o curso porque conseguem um emprego.

Fonte: http://g1.globo.com