Técnico-administrativos da UFBA aprovam suspensão da greve contra a PEC 55 e pelo cumprimento do Acordo de Greve 2015

 Os técnico-administrativos em Educação da UFBA decidiram, durante assembleia, realizada na manhã desta quinta-feira (15/12), na Escola de Enfermagem, acolher a orientação do CNG e suspender a greve, que teve início no dia 24 de outubro, contra a PEC 55 e pelo cumprimento do Acordo de Greve.

A categoria também deliberou pela manutenção do Estado de Greve. Ficou acertado, conforme aprovação dos trabalhadores, de que a Assufba vai apresentar ao reitor da Universidade, João Carlos Salles, um acordo de reposição das atividades e manter o diálogo com a reitoria.

Para o coordenador de Formação Sindical da Assufba, Antonio Bomfim, o fim da greve é um recuo tático para que a categoria continue acumulando forças para continuar na luta. “Fizemos tudo o que foi possível para barrar a PEC 55, mas prevaleceu a violência e a vontade dos corruptos do desgoverno Temer”. Um absurdo sem precedentes na história do Brasil. A Educação exige respeito!

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Posição reforçada pelo coordenador de Assuntos Jurídicos do Sindicato, Paulo Vaz, que detalhou para os presentes todo o processo de negociação e articulação do Comando Nacional de Greve para chegar ao entendimento de que era preciso recuar neste momento, sobretudo, por conta da ameaça de corte de ponto dos servidores.

Durante a assembleia, o coordenador de Comunicação, Valmiro dos Santos, membro do CNG, relatou os momentos difíceis passados em Brasília. A polícia usou de truculência contra os trabalhadores que lutavam contra a aprovação da proposta. “Nunca imaginei que em uma democracia passássemos por isso [violência]. Estamos em uma ditadura civil. A capital federal virou um palco de guerra. Apesar dos problemas, me sinto honrado de participar de uma categoria como essa”.

O delegado de base Luiz Conceição (Luizão) também fez questão de destacar e criticar a violência usada contra os manifestantes. Foram bombas de gás lacrimogêneo, spray de pimenta e diversas outras formas de repressão. O técnico-administrativo disse que o apoio dado pelo Sindicato foi fundamental durante toda a estadia na capital federal.

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Durante a greve, alguns servidores tiveram de conviver situações indesejadas, como o assédio moral. Presente na atividade, a coordenadora Regional da Assufba, Simone Leal, fez um depoimento em que contou que na UFOB os servidores estão sendo perseguidos.

Em contrapartida, fez questão de agradecer o apoio dado pela Assufba durante todo o movimento. Para Simone, as tentativas de enfraquecimento da mobilização não são um problema. Muito pelo contrário. “Quanto mais ataques, mais forte ficamos. Nós queremos espaço, voz, mudar a cara da nossa Universidade. Que a UFOB seja pública, de qualidade e de igualdade”.

 

Moção de aplausos

A assembleia também aprovou uma moção de aplausos para o reitor da UFBA, João Carlos Salles, pelo envolvimento e grau de comprometimento com a Universidade. É uma forma de agradecimento público pela gestão democrática e comprometida, além da contribuição à comunidade universitária, aos técnico-administrativos e o apoio decisivo à greve.

 

Abraço simbólico

Ao final da assembleia, os servidores deram um abraço simbólico na Reitoria da UFBA para mostrar que a greve acabou, mas a luta continua.

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A PEC 55

A Proposta de Emenda à Constituição, conhecida como a PEC da Morte, foi aprovada, no último dia 13, em segundo turno no Senado, e passa valer em 2017. A PEC 55 impõe limite aos gastos públicos por 20 anos, a fim de evitar que as despesas cresçam acima da inflação. Para a saúde e educação, no próximo ano, o tratamento será diferenciado.

A saúde terá 15% da receita corrente líquida. Já a educação, ficará com 18% da arrecadação de impostos. Em 2018, ambas as áreas terão despesas corrigidas pela inflação. Além do teto dos gastos, a medida congela concursos públicos e salários dos servidores públicos, o que inviabiliza e enfraquece o funcionalismo público.

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