Trabalhadores em perigo: pesquisa aponta que mídia tem posicionamento parcial na reforma da Previdência

Com a promessa de apresentar conteúdos imparciais aos leitores e telespectadores, a mídia tradicional brasileira se mostra bastante conivente e esconde danos que a reforma da Previdência, principal proposta do governo Bolsonaro, causará aos trabalhadores.

A pesquisa realizada pelo Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social contou com uma análise dos principais veículos de comunicação tradicionais do país, entre jornais impressos e televisivos.

Nas edições publicas do dia 1º de janeiro a 30 de junho de 2019, foram analisados os jornais impressos Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo. Ao todo, 267 editorias foram de maiorias favoráveis à reforma; 64% dos especialistas entrevistados posicionaram-se a favor da reforma da Previdência, 8,5% se mostraram parcialmente contrários e apenas 19%  manifestaram-se totalmente contra.

Na televisão, foram analisados os telejornais: Jornal Nacional (Rede Globo), Jornal da Record (Rede Record) e SBT Brasil (SBT), nas datas referentes ao período em que a reforma estava em trâmite no Congresso Nacional. E o que chamou a atenção foi à priorização das fontes utilizadas pelos telejornais, de maiorias oficias do governo.

Apenas dez especialistas foram ouvidos durante todo o período pelos três telejornais. Nove deles foram favoráveis à reforma. Concluindo que na TV, praticamente nem houve opositores ao projeto.

O estudo também revela a hegemonia do gênero masculino, com quase nenhum espaço garantido às mulheres. Nos jornais impressos, 88% eram homens e 90% no televisivo.

Os estudos concluíram a total falta de imparcialidade das mídias analisadas, em que a premissa básica do jornalismo, que se baseia entre ouvir os dois lados, foi totalmente desrespeitada.