Trabalho infantil sofre com subnotificação no Brasil, levando a 261 mortes de crianças e adolescentes

Já se passaram três anos desde a divulgação do último índice sobre o trabalho infantil no Brasil. O governo oculta importantes dados que ajudam na elaboração de políticas públicas para um problema que atinge 152 milhões de crianças no mundo, segundo a OIT (Organização Internacional do Trabalho).

Os incidentes e mortes decorrentes da exploração do trabalho infantil chegaram a 43.777 entre 2007 e 2018, em crianças e adolescentes de 15 a 17 anos, segundo o Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação). No mesmo período, foram alarmantes 261 mortes registradas.

O último dado divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontou que no ano de 2016, havia 2,4 milhões de crianças e adolescentes da mesma faixa etária em situação de trabalho infantil. O número representava 6% da população na época.

O FNPETI (Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil) alerta para outro agravante nos dados. Segundo a organização, o número de crianças e adolescentes negros em situação de trabalho são maiores do que os não negros. A cada 10 jovens, quase 7 são negros no Brasil, e a maioria está concentrada na região Nordeste (39,5%) seguido do Sudeste (25,1%).