UFBA enfrenta consequências com o corte de verba na Educação

Em greve desde 28 de maio, a Universidade Federal da Bahia tem enfrentado sérias dificuldades em razão do corte de verba de R$ 9,42 bilhões na educação pelo governo federal. A unidade ainda conta com um déficit de R$ 25 milhões, referente às contas do ano de 2014.
Nos últimos meses, técnico-administrativos, estudantes, professores e trabalhadores terceirizados têm se manifestado por melhores condições de trabalho e por uma educação pública de qualidade.
Devido ao corte da verba, os funcionários e, principalmente, os estudantes têm sido prejudicados com a falta de infraestrutura na unidade, de material como copo descartável, papel higiênico e itens de limpeza, além da falta de aparelhos de ar condicionado, como foi apontado pelos técnicos do Instituto de Ciência da Informação (ICI).
Além disso, os hospitais universitários também são prejudicados com a gestão da Ebserh à frente das unidades e a falta de capacitação e qualificação para seus funcionários.
Dentre os vários problemas detectados, a UFBA recentemente teve a energia cortada nos prédios da Reitoria, da Escola de Administração e da Faculdade Politécnica, por causa do não pagamento das contas. Na ocasião, alunos ficaram presos no elevador e em um dos laboratórios da instituição. A assessoria de imprensa da UFBA confirmou que há um problema de atraso nos pagamentos à empresa e que a instituição mantém uma negociação regular.
Outro problema é a redução de verba para a Pós-Graduação. Os recursos para pós-graduações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) na UFBA diminuíram em 75% dos valores atribuídos. O valor esperado para os programas seria de R$ 4,2 milhões, mas foram reduzidos para R$ 1 milhão. A CAPES, até então, sinaliza para a possibilidade de serem realizadas novas liberações na medida em que houver disponibilidade orçamentária.
Diante deste quadro, o reitor da UFBA, João Carlos Salles, afirma que as prioridades nesse momento de crise são as atividades acadêmicas e a busca por manter a qualidade da produção intelectual.
Este ano, o orçamento total aprovado para a instituição foi de R$ 1,314 bilhão, no entanto, mensalmente a reitoria tem recebido repasses menores que chegam a ser 40% a menos do que o previsto. Com dívidas e com o orçamento do mês atribulado, o desafio é de buscar reduzir os gastos, pois ainda tem os prédios de diversas idades e padrões construtivos que precisam de manutenção. Até o momento, os segmentos da Universidade Federal da Bahia se mantém em greve.