Umberto Martins: “2º Conselho Nacional da CTB não poderia ocorrer em melhor hora”

O 2º Conselho Nacional da CTB, que se inicia nesta terça-feira (29) em São Paulo, reunirá mais de 300 delegados e convidados para definir as estratégias e projetos da CTB para o próximo biênio. Os delegados, eleitos em todos os estados brasileiros, terão a função de atualizar o posicionamento político da Central e deliberar sobre a agenda de lutas.

Para Umberto Martins, assessor político da presidência da CTB, o encontro acontecerá em um momento muito oportuno, pois dará à Central a chance de atualizar posições em meio à instabilidade política de Brasília. “Vivemos um momento crítico, que demanda respostas imediatas e a intensificação do trabalho de conscientização, mobilização das bases e manifestações públicas contra a onda conservadora e pela retomada do desenvolvimento”, explicou, e completou: “Embora o Conselho tenha sido convocado no início do ano, não poderia ocorrer em melhor hora”.

Essa observação leva em consideração um segundo fator: ao mesmo tempo em que o Conselho estiver acontecendo, o Supremo Tribunal Federal dará início ao julgamento da ADI 4067, que versa sobre a legitimidade das centrais sindicais e da destinação dos 10% do imposto sindical às centrais, conforme previsto no artigo 589 da CLT.

“Haverá muito a deliberar, mas creio que os dirigentes condenarão com energia o espectro golpista que ronda a nação, bem como o pacote fiscal que, além de recessivo, remete à classe trabalhadora a conta do ajuste e livra o bolso e a cara dos ricos”, disse o assessor. Ele frisou a importância de se posicionar em temas de negociação difícil no Congresso, como o Imposto sobre Grandes Fortunas, a taxação das remessas de lucros e dividendos ao exterior e a redução das taxas de juros.

Simpósio Internacional

No mesmo dia em que for finalizado o 2º Conselho Nacional da CTB, a Central celebrará o início do Simpósio Internacional Sindical, que marca os 70 anos da Federação Sindical Mundial (FSM). A sessão solente de abertura do Simpósio acontecerá também em São Paulo, no Teatro Jaraguá.

“É uma honra para a CTB realizar no Brasil o simpósio que celebra os 70 anos da FSM, fundada em 3 de outubro de 1945 com uma concepção classista e revolucionária da ação sindical. Desde o início, o projeto era o de fazer contraposição ao sindicalismo reformista, pautado pela colaboração de classes e cujo horizonte não vai além do capitalismo”, explicou Martins, que também estará presente neste encontro. Ao longo de cinco dias, convidados de mais de 50 países participarão de diversas mesas de discussão sobre os desafios mundiais da classe trabalhadora. No último dia (3 de outubro), um grande ato anti-imperialista será celebrado com apresentações culturais.

“Vivemos uma conjuntura marcada pela radicalização da luta de classes e pelos conflitos internacionais, pelos desdobramentos da crise econômica mais grave desde a Grande Depressão de 1929. Essa crise ainda não encontrou um desfecho, e portanto é hora de unificar a classe trabalhadora e mobilizar forças para lutar por uma nova ordem mundial e pelo socialismo”, explicou o assessor político. “O sindicalismo classista tem de redobrar esforços para se colocar à altura deste delicado momento histórico. É grande a responsabilidade da FSM e emblemático o ato anti-imperialista”, concluiu.

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