Ao contrário do discurso de recuperação do governo, emprego formal some

A promessa do governo Bolsonaro era de geração de emprego. Mas, a realidade é outra. O país fechou 43.196 vagas em março, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados pelo Ministério da Economia. É o pior saldo para o mês desde 2017, quando foram fechadas 63.624 postos. 

Enquanto a quantidade de empregos com carteira assinada cai, o trabalho precarizado cresce. Em março, foram criadas 6.041 vagas nas modalidades intermitente e 2.129 na parcial, ambas fruto da reforma trabalhista, aprovada no governo Temer, que prometeu criar milhões de postos de trabalho.

Outra tendência é a redução salarial. De acordo com o Caged, quem ingressa no mercado de trabalho ganha menos do que os trabalhadores que saíram. No último mês, o salário médio dos admitidos foi de R$ 1.571,58, já o ganho médio dos demitidos era de R$ 1.706,37. Cerca de 8% de diferença. 

O resultado de março foi puxado pelo setor do comércio, que extinguiu 28.803 postos de trabalho formais, retração de 0,32%. A agropecuária eliminou 9.545 vagas, com a maior queda em termos percentuais: -0,61%. A construção cortou 7.781 (-0,39%), já Indústria (-3.080, -0,04%) e serviços (4.572, 0,03%) ficaram próximos da estabilidade. A administração pública teve saldo de 1.575 (0,18%) e o setor extrativo-mineral, de 528 (0,27%).