ASSUFBA participa do Seminário Internacional e Congresso Nacional da CTB

“Não há saída isolada para a adversa conjuntura política e econômica do país. É preciso fortalecer a unidade e os laços de solidariedade”. A opinião é do presidente da CTB Nacional, Adilson Araújo, durante a abertura do Seminário Internacional “A crise econômica mundial e o mundo do trabalho”, que abre o 4º Congresso Nacional da Central, entre esta quinta-feira e sábado (24 a 26/08), no Gran Hotel Stella Maris, Salvador.

A CTB, que completa 10 anos de atuação e representa 1.200 sindicatos, tem assumido um papel de protagonismo na luta em defesa dos direitos e da democracia brasileira, abalados pelo projeto neoliberal imposto pelo governo.

Para Adilson, “o mundo reclama a gravidade da crise. Os efeitos têm sido devastadores, sobretudo, com os ataques aos trabalhadores. A CTB, a Federação Sindical Mundial e os sindicatos, têm mantido a unidade para alterar a correlação de forças no país.

O secretário de Relações Internacionais, Divanilton Pereira, ressaltou que o Congresso ocorre em um quadro geopolítico difícil, em que se impõe uma agenda ultraliberal, que beneficia as elites financistas e atenta contra a soberania nacional, violenta os direitos e a jovem democracia brasileira.

A ASSUFBA participa com sua delegação dos três dias do evento. O Coordenador Geral do Sindicato, Renato Jorge, reforça que o congresso acontece em uma quadra difícil, sobretudo, para os trabalhadores. Por isso, “o debate é importante para aprofundarmos as questões e traçarmos um plano de lutas, seguindo a visão classista”.

Com presença de delegados de dezenas de países, o Seminário Internacional começou com a exposição do diretor da OIT Brasil, Peter Poschen, sobre “A crise e o mercado de trabalho”.

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Peter fez um retrospecto sobre a situação mundial, apresentando dados sobre o emprego. No recorte para o Brasil, atestou que houve declínio expressivo do PIB, com queda de quase 10% nos últimos três anos. Ao mesmo passo, a desocupação duplicou, ao contrário do que era observado. Para se ter ideia, no último trimestre de 2013, o país alcançou a menor taxa de desocupação, de 6,5%. Hoje amarga 13%.

No país, houve também uma queda na qualidade do emprego, aumento da informalidade e desigualdade, sobretudo, de gênero e raça. No entanto, graças à política de valorização do salário mínimo no governo Lula, a remuneração melhorou na última década. Com a crise e a política neoliberal, o cenário tende a mudar.

Sérgio Barroso, da Fundação Maurício Grabois, fez uma explanação sobre a 4ª Revolução Industrial e os desafios do sindicalismo. Ele abordou as transformações que o capitalismo tem apresentado no bojo da crise. Para tanto, apresentou um histórico, que incluiu mudanças estruturais, como a urbanização, destruição do trabalho, o papel dos bancos como monopolizador do crédito e a nova forma de enxergar o trabalho.

Para Sérgio, ao movimento sindical cabe refletir e estudar sobre as transformações, além de estabelecer a organização para a proteção dos trabalhadores.

O assunto também fez parte da palestra de Augusto Praça, membro da CGTP-In. Para ele, as novas tecnologias levam ao acúmulo de capital. As empresas pensam apenas no aumento dos lucros. Se preocupam em ganhar mais, com cada vez menos trabalhadores. É a substituição do homem pela máquina.