Ato na Câmara marca luta contra desmonte de Temer

O caráter entreguista de Michel Temer foi exposto e deslegitimado na tarde desta quarta-feira (13), na Câmara. Durante ato promovido pela Comissão de Legislação Participativa (CLP) – atendendo às requisições das Lideranças do PCdoB, Psol, PT, Rede, PDT e Minoria, e das frentes parlamentares em Defesa da Soberania Nacional e em Defesa da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf) –, deputados e entidades sociais apontaram os ataques que o governo ilegítimo tem feito diariamente à população e ao Brasil. No ato, a líder do PCdoB na Câmara, deputada Alice Portugal (PCdoB/BA), destacou o caráter unificador do evento e denunciou o desmonte do Estado Brasileiro que o governo Temer quer impor.

“Neste momento, o governo ilegítimo está colocando as unhas de fora e dizendo a que veio o golpe. Eles estão aqui para derrotar as conquistas e a soberania do país com suas reformas ultraliberais. Precisamos nos armar de argumentos para enfrentar a onda conservadora que vem através de Temer, que foi, inclusive, apontado ontem pela Polícia Federal como chefe de quadrilha”, defendeu a deputada.

Desde que se instalou no Palácio do Planalto com o golpe, Temer avança desenfreadamente com seu plano de desmonte do Estado brasileiro. A venda de empresas públicas ligadas a setores estratégicos como transportes, energia, portos e aeroportos compromete qualquer possibilidade de retomada do desenvolvimento, e ataca a diretamente a soberania nacional. Isso sem contar na tentativa de entregar grande área da Amazônia, repleta de recursos minerais, à exploração do capital estrangeiro.

O pacote entreguista do governo inclui os Correios, a Infraero, a Eletrobras (maior companhia de energia elétrica do país, essencial para manter a conta de luz acessível ao bolso do povo) e até a Casa da Moeda do Brasil – empresa pública fundada em 1694, responsável pela fabricação do dinheiro brasileiro e de documentos como os passaportes, entre outros produtos essenciais.

Dezenas de trabalhadores da Casa da Moeda viajaram 20 horas de ônibus para representar os mais de 2.700 funcionários da empresa no ato. Aluizio Junior, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da estatal, estava entre eles, e destacou o papel histórico de mais de 323 anos da Casa da Moeda e o enfrentamento que deve e está sendo feito.

“Coube a nós, à nossa geração, defender não somente nossos empregos e o futuro das nossas famílias, mas também uma empresa que contribui muito para a história da nação. Se não existe soberania sem domínio do território, imagina se o país não fabricar a própria moeda! Esse governo não tem legitimidade para desfazer um patrimônio nacional, eles querem entregar nosso dinheiro para ficar sob domínio do estrangeiro. Mas não permitiremos, a Casa da Moeda é do Brasil”, bradou Junior.

Com a série de ataques decisivos ao futuro do país e à soberania – que reside em organizar sua sociedade, economia, seu Estado, seu sistema político e sua defesa –, abrem-se as portas para a exploração predatória do território nacional e de seus recursos. Se depender da União Nacional dos Estudantes (UNE), isso não ocorrerá. Sua presidenta, Marianna Dias, colocou a entidade à disposição para o embate.

“Há 80 anos a UNE defende o povo e nossas riquezas de forma muito brava, já vimos muita luta. Mas Michel Temer é um dos maiores traidores já visto na história do Brasil. São medidas e ações de quem não ama seu país, de quem não entende que este é um país soberano, rico, de conhecimento vasto e ciência desenvolvida. Mas ele só vai destruir o Brasil por cima de nós. A minha geração não será de covardes. Vamos lutar, defender e fazer a nação prosperar e vencer”, explicitou a jovem.

As Lideranças do PCdoB, Psol, PT, Rede, PDT e Minoria, aliadas às frentes parlamentares em Defesa da Soberania Nacional e em Defesa da Companhia Hidroelétrica do São Francisco, aproveitaram o ato para lançar um manifesto de repúdio às maléficas privatizações de Michel Temer. Intitulado “Querem Vender o Brasil – O Brasil não está à venda!”, o documento será amplamente distribuído, inclusive até chegar às empresas estrangeiras para que elas saibam que o país é do povo e que haverá resistência e luta.

Confira o discurso da líder Alice Portugal no ato: https://www.youtube.com/watch?v=2KbxxHnorYI&feature=youtu.be

Fonte: PCdoB na Câmara com alterações

Fotos: Richard Silva