Atraso na garantia de saneamento básico à população brasileira é de 30 anos

Dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, do Ministério de Desenvolvimento Regional, estima que o Plano Nacional de Saneamento Básico, que prevê a universalização da oferta de água potável e da coleta e tratamento de esgoto até 2033, está muito distante de ser atingido. Falta de gestão, integração e investimentos públicos postergam os serviços fundamentais. Levantamento foi feito pelo jornal Folha de S.Paulo.

No país, 35 milhões de brasileiros vivem sem acesso à rede de abastecimento de água. A falta de tratamento de esgoto atinge 100 milhões, quase metade da população.

Em 10 anos, de 81,4% o indicador de acesso a água passou apenas para 83,5%. A coleta de esgoto passou de 40,9% para 52,4% no mesmo período, porém desacelera desde o ano de 2013.

Estima-se que é necessário o investimento anual de, pelo menos, R$ 22 bilhões para atingir os compromissos firmados no Plano Nacional de Saneamento Básico, mas, o Brasil investe valor inferior a R$ 10 bilhões, menos da metade da quantia necessária.

De acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, a desigualdade cresce ainda mais em níveis regionais. Enquanto que no Sudeste quase 92% da população tem acesso à água potável, 78,56% do esgoto coletado e 50,39% dele tratado, na região Norte, a oferta de água chega a menos de 58% dos habitantes, onde de 10,24% do esgoto é coletado e somente 22,58% dele recebe tratamento.