Aumento na desigualdade de renda em menos de um ano de governo Bolsonaro

Análise divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela aumento da desigualdade de renda no Brasil em 2019, juntamente com o predomínio da informalidade e a lenta recuperação do mercado formal. A pesquisa apontou ainda que, apenas no primeiro ano de governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL), famílias mais carentes com rendas muito baixas estão sofrendo com a diminuição dos ganhos médios, enquanto os mais ricos obteve aumento.

Com medidas elitistas de cortes de direitos e investimentos para os mais pobres e em programas sociais como Minha Casa Minha Vida e Bolsa Família, já previstas para o ano seguinte, o instituto apresentou que os rendimentos mensais de famílias mais ricas cresceram 1,52% se comparado ao mesmo período de 2018. Para os mais pobres, por sua vez, houve queda de 1,43%. Esse crescimento na renda de famílias ricas já havia sendo apresentado desde o primeiro semestre do ano, enquanto para os mais pobres o crescimento foi apenas de 0,1%.

Segundo o Ipea, esse impacto na desigualdade se dá devido à inflação mais pesada na população de classes mais baixas, por serem mais impactados pelos reajustes de energia elétrica, tarifas de ônibus e medicamentos. A análise também registrou aumento no número de pessoas ocupadas, porém, essas ocupações são majoritariamente na informalidade e de baixa renda.

Os pesquisadores utilizaram duas bases de dados: Cadastro de Trabalhadores Formais do Ministério do Trabalho (Caged) e a Pesquisa Mensal de Emprego (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE). O Ipea considerou como população com renda muito baixa, aquelas famílias que possuem rendimentos inferiores a R$ 1.628,70 e com renda alta famílias que superam R$ 16.391,58.