Bolsonaro tem mais uma acusação nas costas. Agora por interferência no Exército

Foi divulgado nesta segunda-feira (27/04), pelo jornal Estadão, um documento que mostra uma possível interferência de Bolsonaro no Exército. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), a investigação aponta para uma portaria assinada pelo presidente que facilita o acesso do crime organizado à armas e munições.

O documento mostra dois procedimentos de investigação em aberto para apurar uma ordem dada no último dia 17 ao Comando Logístico do Exército, em que Bolsonaro revoga três portarias publicadas entre março e abril sobre monitoramento de armas e munições.

Para a responsável pelo caso, Procuradora Regional da República Raquel Branquinho, falou que há possibilidade de Bolsonaro ter agido para beneficiar uma parcela de eleitores e que não há espaço na Constituição para ideias e atitudes voluntaristas do presidente, ainda que pautadas por bons propósitos.

“Ao assim agir, ou seja, ao impedir a edição de normas compatíveis ao ordenamento constitucional e que são necessárias para o exercício da atividade desempenhada pelo Comando do Exército, o Sr. Presidente da República viola a Constituição Federal, na medida em que impede a proteção eficiente de um bem relevante e imprescindível aos cidadãos brasileiros, que é a segurança pública, e possibilita mecanismos de fuga às regras de controle da utilização de armas e munições”, escreveu Raquel Branquinho.

O caso segue na MPF e pode levar a uma ação de improbidade na Justiça Federal ou à abertura de um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF).